As eleições
legislativas espanholas realizadas no passado dia 23 de Julho tiveram
resultados muito complexos no que respeita à formação de uma maioria do
governo. O partido mais votado foi o Partido Popular (PP) de Alberto Núñez
Feijóo, que conseguiu 136 deputados, enquanto o PSOE de Pedro Sánchez se ficou
pelos 122 deputados. Assim, cada um destes dois partidos tem procurado fazer
alianças para conseguir a maioria de 175 deputados das Cortes, que é necessária
para governar. Alberto Feijóo teve o apoio do Vox, o partido franquista de Santiago
Abascal, juntando 169 deputados, o que não lhe assegurou a investidura. Pedro Sánchez
aliou-se com o Sumar da antiga ministra Yolanda Diaz e conseguiu 153 deputados,
mas decidiu fazer acordos com os diversos partidos regionais, incluindo os
partidos nacionalistas catalães e bascos, para conseguir a maioria de 175
deputados. Parece que conseguiu esse objectivo. Porém, o partido Junts per Catalunya (JxCat) de Carles Puigdemont, o
antigo presidente da Generalitat que está exilado na Bélgica desde 2017, exigiu
como contrapartida do apoio do seu partido, a amnistia pelos crimes de que está
acusado pela Justiça espanhola, que já foram de sedição e agora são apenas de
peculato pelo uso de dinheiros públicos para organizar um referendo ilegal
sobre a independência da Catalunha e desobediência.
A opção de
Sánchez é controversa e, antes mesmo da sua aceitação ou rejeição pelo Parlamento e pelo rei
Filipe VI, ontem mais de um milhão de espanhóis vieram para a rua em todas as cidades
espanholas em protesto contra as cedências feitas aos independentistas. A
imprensa espanhola é unânime na crítica a Pedro Sánchez e diz que “España se
levanta contra la amnistia de Sánchez”, enquanto o jornal ABC dedica toda a sua
primeira página a esta crise e escreve: “No” a la amnistía. A agitação política é enorme e, provavelmente, a
saída desta crise passará por novas eleições.
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