Ursula von der
Leyen, uma política alemã com 65 anos de idade, foi ontem reeleita presidente
da Comissão Europeia com 401 votos a favor, 284 votos contra, 15 abstenções e
sete votos nulos. Precisava de 360 votos mas superou essa fasquia por 41 votos,
significando que teve mais votos do que tivera em 2019, o que pode ser
interpretado como uma grande vitória e uma prova de confiança no trabalho
realizado durante o seu anterior mandato. Porém, apesar do voto ser secreto, esta
eleição é o resultado do acordo celebrado entre algumas famílias políticas para
os chamados top jobs (Conselho
Europeu, Parlamento Europeu e Comissão Europeia). De qualquer forma, Ursula von
der Leyen foi a escolha dos eurodeputados, embora tivesse recebido um
significativo número de votos contra.
Durante o seu
mandato de 2019 a 2024, a União Europeia estagnou por efeitos diversos, desde o
covid-19 até ao conflito na Ucrânia, com
Ursula von der Leyen a secundarizar os problemas dos europeus, designadamente
as alterações climáticas, as migrações, a energia, a habitação, a demografia, a
pobreza, a independência científica, a capacidade tecnológica, as concorrências chinesa e americana, mais outros tantos problemas,
enquanto demasiadas vezes, mostrou um espírito belicista contrário à lógica de
paz e de cooperação que levou à criação da União Europeia, que é um projecto de paz e de progresso. Em vez de ser o
motor do desenvolvimento e do bem-estar dos europeus, a
sua acção esqueceu-os e ela nada se esforçou na busca de soluções para fazer a paz na Ucrânia,
mostrando-se obcessiva no apoio militar a Zelensky e subserviente em relação às
orientações americanas. Além disso, ao contrário do que se esperava, sempre
apoiou os excessos cometidos por Israel, sem se demarcar da violência ou
criticar a crueldade que está a ser praticada contra o povo palestiniano.
A senhora von der Leyen pensa mais em guerra do que em paz. As indústrias militares agradecem-lhe. Como vão longe os
tempos de Jean Monnet, que acreditava que o projecto europeu iria impedir
novos conflitos militares na Europa, ou de Jacques Delors, que foi o principal
arquitecto da unidade, do progresso e da paz na União Europeia.
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