A modernidade da
nossa rede de auto-estradas é um facto que favorece a atracção de um intenso tráfego
rodoviário, não só nacional mas também estrangeiro, em especial das vizinhas
regiões espanholas da Andaluzia e da Galiza. Trata-se de um fenómeno natural
por razões de interdependência económica, mas sobretudo por razões turísticas,
havendo muitos milhares de viaturas galegas e andaluzas que atravessam a
fronteira portuguesa para visitar o Minho ou o Algarve, ou vir conhecer Lisboa.
Na generalidade
das auto-estradas paga-se portagem, que em alguns casos é demasiado cara,
havendo diversos sistemas de pagamento assistido ou não assistido. Para o
automobilista, a Via Verde é o mais cómodo
sistema para atravessar as portagens com rapidez, mas a passagem por essa faixa
exige um identificador associado a um cartão de crédito que a generalidade das
viaturas estrangeiras não possui. Pois é por essa faixa que passam os
infractores mais distraidos ou mais... espertalhões.
A imprensa
galega, nomeadamente o diário La Voz de Galicia, veio hoje dar a
notícia de que terá havido mais de 300 mil veículos, na sua maioria galegos,
que foram identificados pelas concessionárias portuguesas – Brisa e Ascendi – por
não terem pago a portagem quando circularam nas auto-estradas portuguesas. Serão cerca de onze milhões de euros! Porém,
porque a infracção é captada fotograficamente e serve de prova em tribunal, já começaram a ser emitidas as respectivas multas enviadas para cobrança espontânea
aos infractores ou para cobrança coerciva pelos tribunais espanhóis, nalguns
casos acumuladas nos últimos anos e que já são de elevado valor, como acontece
com uma empresa de transportes da Corunha que fez circular a sua frota pelas
auto-estradas portuguesas sem fazer qualquer pagamento. E está feito o aviso: a
Polícia portuguesa tem o registo on line
das matrículas das viaturas infractoras e pode imobilizá-las até que paguem o
que devem.
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