Depois do Egipto
e da Índia foi o Qatar que se deixou seduzir pelo Rafale e que decidiu encomendar 24 aviões ao fabricante Dassault
Aviation, num contrato de 6,3 mil milhões de euros que inclui a formação de
pilotos e de mecânicos, segundo informou ontem o diário Le Figaro.
Em tempo de crise
da indústria e da economia francesas, o Presidente François Hollande não perdeu
tempo a divulgar a notícia e, amanhã, vai pessoalmente ao Qatar assinar o respectivo
contrato. Sob diversos pontos de vista é compreensível esta euforia francesa porque
o Rafale está a ser não só um sucesso
comercial, mas também um estímulo para a renovação da auto-estima e do orgulho
nacionais. Depois de "uma década negra" sem que o aparelho conseguisse penetrar no
mercado da exportação, no passado mês de Fevereiro a Dassault Aviation assinara
um contrato com o Egipto para a venda de 24 aviões e em Abril recebeu da Índia uma
encomenda para o fornecimento de 36 aviões.
Entretanto, como a
indústria aeronáutica francesa está no topo, decorrem negociações para garantir novos
contratos de fornecimento do Rafale à
Malásia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Kuwait.
Estas encomendas
até podem sugerir que há um cenário de guerra no horizonte, embora tenha a ver com a instabilidade que existe no Médio Oriente. Porém, estas encomendas têm
principalmente em vista, a afirmação do prestígio e da credibilidade internacional destes países
através das suas Forças Armadas e do seu poder militar, porque sem estes dois
factores de soberania, não há respeito, nem alianças, nem amigos no domínio das
relações internacionais.
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