A contratação de
José Barroso para presidente não-executivo do Goldman Sachs já se transformou
num escândalo internacional. Há um coro de protestos contra esta situação que
desafia a moral e o bom senso, enquanto um grupo de cinco dezenas de
eurodeputados decidiram requerer uma investigação às ligações de Barroso com a
Goldman Sachs, durante o tempo em que ele presidiu à Comissão Europeia. Mesmo
em Portugal, exceptuando um rapazola de Massamá e alguns dos seus raros
seguidores, ninguém compreende que depois de ter presidido à Comissão Europeia
durante dez anos, a sua ilimitada ambição o tivesse levado tão longe. Não lhe
basta a reforma vitalícia de 132 mil euros anuais que a União Europeia lhe
paga, nem as inúmeras avenças que recebe por isto e por aquilo. O homem ambiciona
ser rico e quer milhões!
Porém, ao
enveredar por um caminho tão sujo, aquele que foi o mordomo da Cimeira dos
Açores que marcou o início da guerra do Iraque, revelou toda a sua vulgaridade
e ausência de escrúpulos. Ele envergonha Portugal e abala seriamente a
credibilidade do país e do seu povo.
José Barroso é em
si mesmo uma história triste. Foi maoista e em 1975 acabou expulso do MRPP, na
sequência de um roubo de mobiliário feito na Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa. Depois a sua vida política tem sido uma sucessão de
habilidades e de jogos rasteiros e um deles, bem recente, foi ter conseguido um
emprego no Banco de Portugal para o filho, sem qualquer concurso. A
investigação requerida pelos eurodeputados deve ir para a frente, assim como o
esclarecimento interno sobre o seu papel no apoio à guerra do Iraque
Hoje a revista Visão
ajuda a compreender quem é Barroso e a natureza da carruagem em que embarcou
para vergonha de todos nós.
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