A vitória de
ontem no Euro 2016 foi um acontecimento único e memorável para os portugueses,
não só pelo resultado desportivo conseguido em Paris contra a selecção
anfitriã, mas também por outras razões igualmente muito importantes. De facto, para
além das atitudes provocatórias francesas dentro e fora do campo, houve a
exibição excepcional de Patrício, a segurança defensiva de todos, a entrada
intimidatória que lesionou Ronaldo e a decisiva bomba de Éder, mas também houve outras coisas que vão ficar para a
história.
A primeira foi a
enorme alegria que foi dada aos portugueses, em especial àqueles que vivendo e
trabalhando fora do país, são muitas vezes marginalizados nos países de
acolhimento e até segregados pela arrogância da sociedade local. Esta vitória futebolística
devolveu-lhes o orgulho nacional, mas também a todos os portugueses, provocando
uma manifestação de entusiasmo e alegria como nunca se registara na nossa vida
colectiva e que a televisão registou. Se a união em torno desta vitória
prevalecer no tempo, teremos muitas outras vitórias no nosso progresso
económico e social.
A outra
importante razão que vai ficar na história foi a repercussão internacional
desta vitória, noticiada nas primeiras páginas de centenas de jornais de todo o
mundo, a constituir a maior campanha promocional alguma vez feita a favor do
nosso país. Muita dessa imprensa, provavelmente a reagir à insolência e à
fanfarronice francesas, são altamente laudatórias quanto ao mérito da selecção
portuguesa e da justiça da sua vitória, que deixou os franceses absolutamente
atordoados, porque na sua cegueira pensavam que a final eram favas contadas. De
entre todas as capas alusivas à vitória portuguesa escolhemos o italiano Corriere
dello Sport e o seu sugestivo título: portogallissimo. Foi isso mesmo, portugalíssimo!
O dia 10 de Julho
de 2016 vai ficar mesmo na nossa história, não só pelo resultado desportivo,
mas sobretudo pelas duas razões aqui apontadas. Porém, a glória desportiva desse
dia, ainda foi acrescentada com o 7º lugar nos Europeus de atletismo e com três
medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze, para além do 2º lugar do
ciclista Rui Costa na etapa-rainha dos Pirinéus do Tour 2016. Ainda haverá
burocratas provocadores a falar de sanções aos portugueses, a este nobre povo e a esta nação valente?
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