A guerra contra o
Estado Islâmico parece estar a entrar numa nova fase, com a intensificação dos
ataques americanos na Líbia e dos bombardeamentos russos na Síria, parecendo
haver uma mais forte reacção ao perigo que constitui o extremismo jihadista. Não
tem sido difundida muita informação sobre o que se passa no terreno ou nas mesas
de negociações, mas há notícias que referem a aproximação da Rússia à Turquia
e, também, ao Irão. Neste caso, a utilização das bases iranianas pela aviação
russa veio dar um poder acrescentado à sua intervenção e veio evidenciar que os
principais aliados de Bashar al-Assad se decidiram a cooperar entre si.
Neste conflito
que se desenvolve desde 2011 parece que estão “todos contra todos”, isto é, há
guerra entre o governo sírio, os rebeldes que se opõem a Bashar al-Assad, os
radicais islâmicos da Al-Qaeda e do ISIS e, ainda, as diversas potências
estrangeiras que se envolveram na guerra. As centenas de grupos que combatem o
governo sírio de forma não coordenada, com destaque para as forças extremistas
do ISIS, parece estarem a perder terreno e daí a sua iniciativa de atacar a
Europa com acções terroristas, havendo notícias de que se aperta o cerco às
suas principais conquistas, nomeadamente Raqqa na Síria e Mossul no Iraque.
A utilização de
bases iranianas por parte da aviação russa que alguns jornais noticiam hoje,
caso do The Wall Street Journal, pode dar uma diferente dimensão à
guerra e, quem sabe, abrir o caminho para a paz. As fotografias dos
bombardeiros russos a largar a sua carga sobre os territórios sírios ocupados
pelo ISIS, lembram os bombardeiros americanos que há cinquenta anos largavam as
suas bombas sobre o Vietnam. Significa que as coisas estão a endurecer no terreno e o facto é que já morreram mais de duzentas mil
pessoas e há mais de quatro milhões de refugiados sírios, mas a guerra não para.
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