A França foi o
primeiro destino turístico mundial em 2015 com 84,5 milhões de visitantes mas,
depois dos atentados de Novembro de 2015 em Paris e de Julho de 2016 em Nice, o
movimento turístico entrou num processo de regressão sem precedentes, com uma
quebra global de visitantes estimada em 7%. O diário Libération analisa hoje
com muito detalhe o sector turístico francês, que é habitualmente considerado um
valor muito seguro da economia francesa com os seus dois milhões de empregos e
um volume de negócios anual da ordem dos 170 mil milhões de euros –
praticamente igual ao PIB português. O jornal classifica a situação do sector
turístico como inquietante e em “estado de urgência”, a necessitar de ser
reinventado para resistir aos tempos difíceis que atravessa.
Geograficamente o
choque tem sido mais severo nas regiões da Île-de-France e da Côte d’Azur, que
são os dois pilares do turismo francês e que concentram metade da actividade do
sector, sendo exactamente os locais onde o terrorismo actuou.
Qualquer
estatística de turismo que se analise é inquietante. No primeiro semestre de
2016 o número de turistas japoneses diminuiu 46% na região de Paris
(Île-de-France), mas também o número de visitantes chineses e russos endinheirados
diminuiu na mesma proporção. O Museu do Louvre que é o museu mais visitado do
mundo com cerca de 9 milhões de visitantes por ano, dos quais cerca de 75% são
estrangeiros, perdeu 20% de visitas no 1º semestre de 2016. No inquérito
promovido pelo Libération junto de hotéis, restaurantes, galerias de arte,
boutiques, bares, grandes armazéns e casas da moda, entre outras actividades de
referência parisiense, verifica-se que a quebra dos seus chiffres d’affaires se situa por vezes na ordem dos 50%.
Como consequência desta situação economicamente
muito inquietante para os franceses, estão os portugueses a tirar partido do
turismo como nunca se vira e, quem sabe se, como diz o povo, não estão a dar um
passo maior que a perna.
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