Estamos a pouco
mais de 30 horas das eleições americanas e, embora se trate de um assunto
interno dos Estados Unidos da América, o facto de se tratar da eleição do
Presidente da mais poderosa nação do mundo, dá a esse acontecimento uma
relevância planetária. A personalidade que for eleita e que vai suceder a
Barack Obama não vai governar o mundo, mas vai influenciar muito do que nele
irá acontecer nos próximos anos. Os mass
media americanos, mas também em muitos outros países, apoiaram um ou outro
dos candidatos, publicando textos a enaltecer as suas virtudes e merecimentos
ou a divulgar suspeitas sobre o adversário. As suas fotografias ilustraram a
capa dos jornais de todo o mundo e a sua presença nas televisões foi permanente.
A América, mas também o mundo que não vota, ficaram a conhecer Hillary Clinton
e Donald Trump.
Porém, nesta
longa caminhada que são as campanhas eleitorais nos Estados Unidos, os
programas dos candidatos não foram suficientemente discutidos e a campanha
derivou para contínuas acusações que ultrapassaram o que seria uma campanha
normal, muitas delas sobre a vida sexual dos candidatos ou dos seus familiares,
mas também sobre as suas posições xenófobas, o desrespeito pelas mulheres, as
relações com o fisco ou a forma como acumularam fortuna. Em vez da apresentação
de figuras nacionais a apoiar os candidatos, as campanhas utilizaram várias
mulheres que se prestaram a fazer depoimentos sobre as agressões sexuais de que
teriam sido vítimas por parte de Donald Trump ou do marido de Hillary Clinton.
O resultado das
sondagens têm evoluido ao longo do tempo e hoje mostram que o resultado é
imprevisível, mas parece haver uma certeza que o Der Spiegel revelou, isto
é, foi a campanha mais suja da história americana e as suas consequências
poderão ser trágicas e prolongar-se no tempo. De resto, a fotografia que
ilustra a capa da sua edição de ontem é elucidativa ao mostrar Trump e Clionton
cobertos de lama. Veremos se os eleitores americanos escolhem o menos enlameado
dos candidatos.
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