A Europa está a
passar por uma fase de algum entusiasmo económico e a recuperação é confirmada
por todos os indicadores, sobretudo os que se referem ao crescimento e ao
emprego, embora haja muitas vozes que ainda consideram a retoma muito frágil e
com pouca sustentação. Na edição que hoje foi posta a circular, a revista
semanal francesa L’Express dedica uma alargada análise à economia francesa e também
se mostra algo optimista ao escolher para título de capa a frase:
C’est la reprise oui, mais...
As reticências
que aparecem no fim da frase mostram, contudo, que a retoma sustentada ainda não é um
dado adquirido, apesar da revista considerar que Emmanuel Macron recebeu este “presente
do céu” que é a retoma europeia, que se sucede a quatro anos de estagnação ou
mesmo de recessão. A revista analisa o panorama da recuperação francesa que se
está a verificar na indústria, na distribuição e na construção, concluindo que
o crescimento ainda é frágil e que não está a ser criado emprego. É exactamente
o problema do desemprego que se situa acima dos 9%, mas também o crescimento da
dívida que quase atinge os 100% do produto nacional e o continuado défice
orçamental acima dos 3%, que constituem algumas das questões mais precupantes
da economia francesa.
Os últimos anos
da gestão de François Hollande coincidiram com uma acentuada crise e a economia
francesa teve um crescimento muito débil e a ilustração da revista faz a caricatura
dessa situação ao mostrar o simbólico galo amparado num par de
muletas e com uma perna envolvida em ligaduras. Porém, a revista também chama a atenção para
os pontos fortes e fracos da economia francesa, as suas oportunidades e as suas ameaças, isto é, faz a chamada
análise SWOT da economia francesa. E os franceses parecem confiantes, embora muito menos do que os portugueses que estão a entrar mais uma vez na euforia de comprar carros, de viajar e de se endividarem.
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