É muito incerta a
situação que se vive na Venezuela, sobretudo depois de 23 de Janeiro de 2019,
quando Juan Guaidó se auto-proclamou Presidente do país. A partir de então intensificou-se
uma campanha internacional contra Nicolas Maduro e o seu regime, apoiada nos mass media internacionais que se
mobilizaram em torno da ajuda humanitária e da ocupação do poder pelos chavistas de Maduro, que é considerada ilegítima pela oposição. A intensidade dessa campanha faz-nos desconfiar, até
porque a leitura da imprensa venezuelana revela que ainda é plural, sem parecer
estar enfeudada a Maduro ou a Guaidó, pois veicula as diferentes posições dos
partidos venezuelanos e insiste que “urge buscar acuerdo politico en el país”.
Há uma crise séria, mas os militares e os juízes continuam com Maduro. Porém, há novos
episódios todos os dias. Um deles foi a prisão de um colaborador próximo de
Guaidó, alegadamente envolvido em operações de financiamento de um grupo
paramilitar que iria desencadear atentados terroristas para destabilizar, ainda
mais, o país. O outro foi a vitória do vino
tinto, isto é, a equipa nacional de futebol sobre a Argentina de Messi, o que elevou a auto-estima venezuelana.
Ontem a notícia,
veiculada por toda a imprensa venezuelana, incluindo o jornal El
Clarín de la Victoria para Aragua, foi a chegada ao aeroporto de Maiquetía
de dois aviões da Força Aérea Russa, um gigante Antonov
An-124 carregado com 35 toneladas de material e um Ilyushin Il-62 com 99 militares comandados por um general. É uma
notícia preocupante porque os objectivos desta missão são desconhecidos, embora
tivesse sido adiantado que resultam de compromissos relativos aos contratos de
carácter técnico-militar existentes entre a Rússia e a Venezuela.
Esta notícia não vai agradar nada ao Donald. Realmente, parece haver duas Venezuelas: uma que a Rússia apoia e outra com que o Donald sonha. Além disso, a notícia mostra uma realidade diferente daquela que nos tem sido mostrada, nomeadamente pelos chamados enviados especiais portugueses que se deslocaram à Venezuela e que não tiveram o cuidado ou o profissionalismo de mostrar as duas faces da história.
Esta notícia não vai agradar nada ao Donald. Realmente, parece haver duas Venezuelas: uma que a Rússia apoia e outra com que o Donald sonha. Além disso, a notícia mostra uma realidade diferente daquela que nos tem sido mostrada, nomeadamente pelos chamados enviados especiais portugueses que se deslocaram à Venezuela e que não tiveram o cuidado ou o profissionalismo de mostrar as duas faces da história.
Sem comentários:
Enviar um comentário