A Venezuela é um
grande problema internacional devido à grave situação económica e à
instabilidade política por que passa, pois enquanto meio mundo está ao lado de
Nicolas Maduro, o outro meio mundo apoia Juan Guaidó, o auto-proclamado
presidente do país. Internamente, a situação também é complexa pois não se
conhecem exactamente os apoios que tem cada uma destas facções.
Acontece que na
Venezuela vivem três centenas de milhar de portugueses e de luso-descendentes
e, por isso, a questão venezuelana é importante para Portugal que, com sensatez
e prudência, tem acompanhado as posições da União Europeia e tem evitado criar
fricções com as autoridades venezuelanas. Apesar disso, a Venezuela decidiu
ontem suspender as operações da TAP por 90 dias nos seus aeroportos, com o
argumento de ter havido irregularidades no voo TP173 que ligou Lisboa a Caracas
e de ser necessário “proteger a segurança da Venezuela”. Hoje a notícia merece
grande destaque na imprensa venezuelana, nomeadamente no El Periodiquito que se
publica em Maracay, no estado de Aragua.
Depois de um
périplo político pelos Estados Unidos e pela Europa, Juan Guaidó regressou à
Venezuela no referido voo da TAP, sendo acompanhado por um tio. À chegada a
Caracas foi esperado por manifestações de apoio e as autoridades chavistas não
gostaram, pelo que acusaram a TAP de ter ocultado a sua identidade e de ter permitido que o seu tio transportasse material
explosivo em diversos objectos.
Quer
a TAP, quer o governo português, já mostraram a sua surpresa por esta
iniciativa do regime de Maduro que, naturalmente, afecta os portugueses que
vivem na Venezuela e vão ser vítimas desta evidente provocação de Nicolas Maduro a Portugal.
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