O jornal USA
Today, que é o diário de maior circulação por todo o território dos
Estados Unidos, destaca na sua edição de hoje como principal notícia de
primeira página, o tiroteio que ocorreu ontem durante o desfile do 4 de Julho
em Highland Park, nos arredores de Chicago, de que resultaram “seis mortos e
dúzias de feridos”. Porém, na mesma primeira página e com semelhante destaque, há
uma referência a uma entrevista a Henry Kissinger em que o antigo secretário de
Estado americano, agora com 99 anos de idade, diz que “world needs better
leaders”.
A entrevista
surgiu na sequência do seu 19º livro, uma obra de 499 páginas que foi lançada ontem em Nova
Iorque e que tem como
título Leadership: Six Studies in World
Strategy. Nesse livro, Henry Kissinger mostra-se preocupado com o seu
país e com o mundo, descrevendo o perfil de seis líderes que viveram tempos
tumultuosos, mas que souberam ajudar a construir uma nova ordem mundial no século
XX: Konrad Adenauer (Alemanha), Charles de Gaulle (França), Richard Nixon
(Estados Unidos), Anwar Sadat (Egipto), Lee Kuan Yew (Singapura) e Margaret
Thatcher (Reino Unido). Questionado sobre se actualmente vê algum líder comparável
àqueles, capaz de enfrentar as exigências dos tempos actuais, Kissinger respondeu
com uma única palavra “Não” e, após uma breve pausa, acrescentou “Doloroso”.
A propósito da Ucrânia,
várias vezes tenho pensado que eram necessários melhores líderes que tivessem
evitado a guerra, que negociassem o cessar-fogo, que evitassem a brutalidade
das destruições e que travassem a escalada da guerra que nos pode levar a
maiores tragédias. Porém, eles ficam-se pela “espuma dos dias”, ou por umas
visitas a Kiev, permitindo que seja um funcionário de nome Stoltenberg que, em
seu nome, atire gasolina para a fogueira.
Henry Kissinger tem razão: “world needs better leaders”.
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