terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Basta guerra. È l’ora della pace

O jornal L’Osservatore Romano, que se publica no Vaticano e que, embora independente, costuma veicular os pontos de vista da Santa Sé, numa das suas mais recentes edições e a propósito da visita do papa Francisco ao Sudão do Sul, um país devastado pela violência e pela miséria, escreveu em manchete:

          Basta guerra
          È l’ora della pace

Essas frases que serviram de manchete ao mencionado jornal inspiraram-se no apelo feito pelo papa Francisco na capital do país visitado, para a deposição das armas e para a reconciliação nacional. Ao escolher aquela manchete, o jornal também pensou na paz desejável para os diversos conflitos que estão a abalar o mundo, sobretudo a guerra na Ucrânia.
Ontem, também António Guterres discursou em Nova Iorque perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas para apresentar as suas prioridades para 2023 e abordou as diversas crises que assolam o mundo, como as guerras e os conflitos, a fome e a pobreza, as alterações climáticas e o desrespeito por minorias, pela diversidade e por direitos civis. Partindo da invasão russa da Ucrânia e das suas “profundas implicações globais”, Guterres alertou para a degradação das perspectivas de paz, considerando que “continuam a diminuir”, enquanto as probabilidades de uma maior escalada e perda de vidas “continuam a aumentar”. As notícias que diariamente nos chegam vão no mesmo sentido, isto é, aumentam os sinais da escalada bélica e o agravamento da luta no terreno, bem como os riscos de uma confrontação mais alargada. "Os deuses devem estar loucos" e há que fazer alguma coisa para parar com a tragédia ucraniana. As condições são difíceis e as partes estão radicalizadas, mas o alívio no sofrimento do povo justifica que sejam dados passos ousados para parar com a guerra e não faltam mediadores, a começar em António Guterres.
Curioso é o facto de tanto Zelensky como Putin terem oferecido ajuda às vítimas do sismo que atingiu a Turquia, a mostrar que há coisas em que ambos estão de acordo... e não serão só estas.

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