Na passada
quarta-feira, quando Xi Jinping terminou a sua visita oficial à Rússia,
despediu-se de Vladimir Putin com o seguinte comentário: “Há mudanças em curso
como não víamos há cem anos. E nós impulsionamos estas mudanças juntos”, ao que
Putin respondeu “concordo”.
Este breve
diálogo mostra como os três dias da visita de Xi Jinping a Moscovo se
traduziram num reforço de uma aliança euro-asiática que já está a preocupar o
mundo ocidental euro-atlântico e que o presidente chinês quer mostrar ao mundo que só ele pode
assegurar o equilíbrio e a paz mundiais, bem como a estabilidade económica, o
que significa que a China quer acabar com aquilo que considera ser a hegemonia
americana na ordem internacional e em especial no Pacífico Ocidental. Daí os importantes
acordos assinados em Moscovo e os que estão para ser assinados com países
africanos, asiáticos e sul-americanos, bem como os discursos em que Xi Jinping
e Putin se afirmaram “vizinhos amigos” e “parceiros de confiança”.
A China afirma-se
cada vez mais como o negociador mais desejado para se alcançar um cessar-fogo
na Ucrânia, ao mesmo tempo que o seu pragmatismo vai marcando pontos no
panorama político mundial, enquanto os Estados Unidos aparentam perder terreno com
os seus inúmeros problemas internos e os europeus desistiram de ter pensamento
próprio e navegam à deriva e sem lideranças prestigiadas, num mar de contradições e de ideias herdadas dos
tempos da Guerra Fria. Enquanto isto, a Rússia parece resistir ao isolamento
internacional, às sanções económicas e ao moderno armamento com que tem sido combatida.
Nos últimos dias
a generalidade da imprensa nacional e internacional, tem veiculado inúmeras
opiniões sobre a temática do reforço da aliança russo-chinesa, mas aguarda-se a
próxima edição do The Economist, onde se anuncia como tema de maior destaque the world according to Xi. É um dos grandes assuntos do momento e, por isso, é com expectativa acrescida que se aguarda a sua distribuição.
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