segunda-feira, 3 de abril de 2023

A crise é grande e os europeus protestam

A Europa está a atravessar uma grave crise para a qual há diversas explicações, umas mais alinhadas à direita e outras mais alinhadas à esquerda. O aumento do custo de vida, o empobrecimento dos trabalhadores e da classe média, os horizontes sombrios e sem perspectivas dos jovens e as reformas insuficientes que se fazem no “Estado Social” e na “Economia do Bem-Estar”, estão a provocar uma onda de protestos e muitas greves em vários países europeus, como salientava a edição de ontem do elPeriódico de Barcelona.
As explicações são diversas, sobretudo a não recuperação da pandemia do covid-19, a revolução tecnológica em curso e o impacto da guerra na Ucrânia, mas também são apontadas as distorções do sistema financeiro internacional e a ganância dos sectores energético, bancário e agroalimentar. Apenas sete países da União Europeia aplicaram um imposto especial sobre lucros excessivos, a mostrar como a maioria dos governos europeus parecem fazer como a avestruz e esconder a cabeça na areia. Por tudo isso, as ruas de muitas cidades europeias “estão em ebulição” com milhões de pessoas a protestar. Na Alemanha paralisaram os transportes públicos com os trabalhadores a reclamar salários dignos, numa greve descrita como a maior das últimas três décadas. No Reino Unido sucedem-se, desde há alguns meses, os protestos de professores, funcionários, enfermeiros e ferroviários. Uma situação semelhante, segundo o jornal, sucede em Portugal, nos Países Baixos e na Bélgica, enquanto a paz social em França está abalada por violentos distúrbios nas ruas, devido ao contestado projecto de alargamento da idade da reforma.
A Europa, envelhecida e altamente endividada, está realmente perante uma grave crise e sem líderes capazes de a resolver, provavelmente numa decadência irreversível.

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