A
Venezuela está a atravessar um período de grande perturbação política, com
protestos e confrontos mais ou menos diários, em que a oposição da Mesa da Unidade Democrática (MUD)
liderada nas ruas por Henrique Capriles, o governador do estado de Miranda e
ex-candidato presidencial, contesta a presidência de Nicolás Maduro e a
política chavista representada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela
(PSUV).
A crise política e a luta contra
a chamada revolução bolivariana, o modelo socialista adoptado por Hugo Chávez, não
é nova. Em 2014 houve violentos confrontos e morreram 43 pessoas durante uma
crise semelhante à actual, enquanto nas últimas semanas já foram
contabilizados oito mortos, mais de uma centena de feridos e quase seis
centenas de detidos. Naturalmente, a questão económica é relevante porque o
país depende excessivamente do petróleo e das oscilações do seu preço que tem
estado em baixa no mercado internacional, o que não tem sido nada
favorável à Venezuela. Directa ou indirectamente a população sofre os efeitos
da crise.
No
quadro das instituições venezuelanas a Assembleia Nacional perdeu poderes e a luta política
está nas ruas. A instabilidade é enorme e, segundo muitos observadores, pode resvalar
para uma guerra civil, até porque são evidentes as intromissões estrangeiras no
conflito venezuelano. Neste ambiente de incerteza e de inquietação, o diário
colombiano El Universal faz uma pergunta com duplo sentido: Venezuela: hasta cuándo?
A numerosa comunidade portuguesa
da Venezuela que totaliza cerca de 550 mil pessoas e que representa quase 2% da
população venezuelana, olha com angústia e cepticismo para evolução do país.
Hoje, o jornal i anunciava que “o
governo português diz que tem barcos e aviões prontos para ir resgatar
portugueses”. Esperemos que não seja necessário e que a Venezuela se acalme e
resolva os seus problemas.
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