Entre o
território da ilha de Timor, onde está estabelecida a República Democrática de
Timor-Leste e o território de Macau, que é uma região administrativa especial
da República Popular da China, existem afinidades históricas cujo denominador
comum é Portugal, apesar de estarem separadas por 3.666 quilómetros .
No período da
expansão marítima para o Oriente, os navegadores e os mercadores portugueses
chegaram aos mares da China em 1513 e estabeleceram-se em Macau em 1557, tendo
chegado a Lifau na ilha de Timor em 1514 e fundado a povoação de Dili em 1769.
Os estabelecimentos de Macau e Timor estavam então sob a tutela do Vice-rei da
Índia que residia em Goa, mas em 1844
a cidade de Macau e os estabelecimentos de Solor e Timor
foram desligados do Estado da Índia e das autoridades de Goa, passando a
constituir a província de Macau, Solor e Timor, com um governador residente em
Macau e um governador subalterno em Timor, dele dependente.
Quase dois séculos depois, esses territórios
pertencem hoje à China, à Indonésia e a Timor-Leste, mas a ligação íntima entre
Macau e Timor que então nasceu por via administrativa e sob a bandeira portuguesa, ultrapassou muitas
circunstâncias.
Não admira, por
isso, que a edição do hojemacau destaque na primeira página
da edição de hoje a fotografia de Mari Alkatiri, o primeiro-ministro de
Timor-Leste, a propósito de uma moção de censura ao governo minoritário da
Fretilin que a oposição timorense apresentou no Parlamento, por este ainda não
ter apresentado o seu programa. É um mari de problemas, titula o jornal.
Entretanto, o presidente timorense Francisco Guterres Lu-Olo já avisou o governo e a oposição que a sua missão é servir o país,
tal como todos fizeram conjuntamente na sua luta pela independência nacional.
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