A corrida que
estava em curso para conquistar a futura localização da Agência Europeia do
Medicamento (EMA na sigla inglesa) terminou ontem e os 27 Estados-membros reunidos num Conselho Europeu de Assuntos Gerais escolheram a
cidade de Amsterdão.
A EMA é um
organismo descentralizado da União Europeia que foi criado em 1995 e que tem
total responsabilidade pela monitorização científica, avaliação, supervisão e
segurança de todas as substâncias e medicamentos desenvolvidos por laboratórios
farmacêuticos para uso no espaço europeu. A sua sede é em Londres, mas por
causa do Brexit vai ter que ser relocalizada.
Apareceram 19
cidades candidatas a albergar esta importante agência e uma delas foi a cidade
do Porto. Um estudo realizado por uma consultora tinha concluido que a vinda da
EMA para Portugal teria um impacto de 1.130 milhões de euros na economia
nacional e iria permitir a criação de 5.300 novos empregos. A corrida por esta
agência era, por isso, muito disputada.
Na primeira volta
da votação nenhuma das 19 candidatas conseguiu reunir as preferências de pelo
menos 14 dos Estados-membros para vencer. A cidade do
Porto recolheu 10 votos, tendo sido a sétima cidade mais votada, enquanto as
cidades de Milão, Amesterdão e Copenhaga passaram à segunda volta. Venceu Amsterdão.
Como curiosidade regista-se que a cidade eslovaca de Bratislava era uma
das favoritas, foi a quarta cidade mais votada e foi eliminada. Porém, o ministro eslovaco amuou e
recusou-se a continuar a participar na votação o que, obviamente, é um sinal de
pouca compostura democrática.
Outra curiosidade foi o destaque dado pela imprensa espanhola a este
acontecimento e o seu aproveitamento político. A candidatura de Barcelona não vingou e esse
resultado negativo foi atribuído à instabilidade em que vive a cidade por causa do independentismo. “Europa
castiga a Barcelona por alentar la independencia”, escreveu o El Mundo; “El soberanismo arrebata a
Barcelona a EMA”, titulou La Razón. O
diário ABC publicou na capa uma fotografia da cidade onde se destaca a
Torre Agbar, a obra-prima de Jean Nouvel, escolhendo como título “Barcelona
paga el precio del separatismo”.
O Porto perdeu, mas não veio daí mal ao mundo. Parece que a candidatura se portou com dignidade. Ficamos sem saber o que fazem os portuenses Paulo Rangel e Nuno Melo em Bruxelas.
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