segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O enorme impasse político da Espanha

As eleições legislativas que ontem se realizaram em Espanha deixaram os espanhóis muito nervosos e preocupados. Na verdade, depois do impasse ou do bloqueio político resultante das eleições do passado dia 28 de Abril, o acto eleitoral de ontem visava ultrapassar essa situação através do aparecimento de maiorias ou coligações, mas a Espanha surgiu ainda mais dividida e com os discursos dos líderes políticos mais radicalizado. É certo que os socialistas do PSOE voltaram a ganhar, agora com 28% dos votos mas sem maioria absoluta, tendo visto reduzir-se a sua margem negocial para eventuais alianças à esquerda num quadro parlamentar muito complexo. O PP aumentou a sua votação e tornou-se a alternativa ao PSOE, enquanto o Vox se tornou a terceira força política espanhola devido ao seu firme discurso pela unidade nacional que conquistou o eleitorado, enquanto o Ciudadanos sofreu uma brutal derrota o que levou à imediata demissão do seu líder. No parlamento espanhol estão agora representados 16 partidos ou movimentos políticos, incluindo os partidos independentistas da Catalunha com 23 deputados e alguns pequenos partidos nacionalistas do País Basco, da Galiza, da Cantábria e de Aragão.
O futuro político da Espanha está, portanto, muito sombrio. Ao ouvirem-se os líderes partidários e os comentadores políticos não se vislumbra saída para esta situação, pois o radicalismo parece ter tomado conta de todos eles, ao mesmo tempo que continua alguma violência nas ruas da Catalunha que, de facto, é o ponto-chave do futuro político da Espanha.
Aqui ao lado, também se vive com preocupação pelas consequências económicas e outras que a crise espanhola nos pode trazer, mas é caso para nos congratularmos pela paz social que se tem vivido e pelo diálogo que vai havendo, esperando-se que não haja qualquer tipo de contágio espanhol.

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