Com 84 anos de
idade, faleceu ontem o general Colin Powell. É a notícia principal da edição do The Wall Street Journal. Paz à sua alma!
Powell nasceu num
bairro pobre de Nova Iorque e era filho de emigrantes jamaicanos, tendo sido o
primeiro secretário de Estado dos Estados Unidos de ascendência afro-americana.
Não frequentou a Academia de West Point mas teve uma carreira militar notável,
que fez dele um exemplo de sucesso na escala social americana. Foi combatente no
Vietnam onde foi ferido, foi o estratega da invasão americana do Panamá em 1989
e foi um dos comandantes que supervisionou a guerra do Golfo em 1991, destinada
a desalojar os iraquianos do Koweit. Passou à reserva em 1993 e veio a ser escolhido
pelo presidente George W. Bush para secretário de Estado, tendo-se destacado
pela sua intervenção nas Nações Unidas em 2003, onde defendeu a invasão do
Iraque com o argumento falso de que Saddam Hussein possuía armas de destruição
maciça. Porém, quando mais tarde se soube que não havia quaisquer dessas armas e
que essa crença não passava de um mentira forjada pelos serviços secretos
americanos, veio a declarar: “Foi uma mancha… e vai ficar no meu currículo. Foi
doloroso. Ainda o é agora.“
Colin Powell foi
o herói americano que se arrependeu de defender a invasão do Iraque e foi um
dos poucos líderes que reconheceu o seu erro. O primeiro-ministro português
Durão Barroso, a quem a própria mulher chamava o cherne, apoiou a invasão do Iraque à revelia da opinião pública
portuguesa e nunca reconheceu o seu erro, tendo-o aproveitado para singrar na
vida. Uma tristeza!
Pensava-se que o
prestígio de Colin Powell pudesse fazer dele um candidato presidencial mas,
certamente arrependeu-se do seu histórico erro que tanto mal trouxe ao mundo e afastou-se
da política e do Partido Republicano, vindo a apelar ao voto em Barack Obama em
2008, em Hillary Clinton em 2016 e em Joe Biden em 2020.
Já Bento de Jesus Caraça dizia que se não temia o erro era porque estava sempre pronto a reconhecê-lo e a corrigi-lo.
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