terça-feira, 19 de outubro de 2021

Powell e a mentira da invasão do Iraque

Com 84 anos de idade, faleceu ontem o general Colin Powell. É a notícia principal da edição do The Wall Street Journal. Paz à sua alma!
Powell nasceu num bairro pobre de Nova Iorque e era filho de emigrantes jamaicanos, tendo sido o primeiro secretário de Estado dos Estados Unidos de ascendência afro-americana. Não frequentou a Academia de West Point mas teve uma carreira militar notável, que fez dele um exemplo de sucesso na escala social americana. Foi combatente no Vietnam onde foi ferido, foi o estratega da invasão americana do Panamá em 1989 e foi um dos comandantes que supervisionou a guerra do Golfo em 1991, destinada a desalojar os iraquianos do Koweit. Passou à reserva em 1993 e veio a ser escolhido pelo presidente George W. Bush para secretário de Estado, tendo-se destacado pela sua intervenção nas Nações Unidas em 2003, onde defendeu a invasão do Iraque com o argumento falso de que Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça. Porém, quando mais tarde se soube que não havia quaisquer dessas armas e que essa crença não passava de um mentira forjada pelos serviços secretos americanos, veio a declarar: “Foi uma mancha… e vai ficar no meu currículo. Foi doloroso. Ainda o é agora.“
Colin Powell foi o herói americano que se arrependeu de defender a invasão do Iraque e foi um dos poucos líderes que reconheceu o seu erro. O primeiro-ministro português Durão Barroso, a quem a própria mulher chamava o cherne, apoiou a invasão do Iraque à revelia da opinião pública portuguesa e nunca reconheceu o seu erro, tendo-o aproveitado para singrar na vida. Uma tristeza!
Pensava-se que o prestígio de Colin Powell pudesse fazer dele um candidato presidencial mas, certamente arrependeu-se do seu histórico erro que tanto mal trouxe ao mundo e afastou-se da política e do Partido Republicano, vindo a apelar ao voto em Barack Obama em 2008, em Hillary Clinton em 2016 e em Joe Biden em 2020.

1 comentário:

  1. Já Bento de Jesus Caraça dizia que se não temia o erro era porque estava sempre pronto a reconhecê-lo e a corrigi-lo.

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