O aeroporto da Ilha do Pico e a montanha |
Uma visita às
ilhas dos Açores, mesmo nesta época do ano em que a meteorologia é mais
imprevista, é sempre um acontecimento muito emocionante. As ilhas açorianas,
sobretudo no Grupo Central e em especial nas chamadas ilhas de baixo, mostram sempre
“a frescura das manhãs em que se chega”, como se lhes referiu Fernando Pessoa. As suas paisagens marítimas animadas pelo voo das gaivotas, dos cagarros e dos
garajaus, mais o intenso azul do mar, o verde das pastagens salpicadas por
mansas vacas e o casario branco das povoações onde se destacam as torres das
igrejas, são um deslumbramento e moldam um quadro de ruralidade e de tranquilidade que contrasta
com o quotidiano agitado que se vive nas cidades.
A situação
periférica destas ilhas atlânticas foi sempre um handicap que penalizou os açorianos em muitas das suas aspirações,
mas que permitiu o desenvolvimento de práticas culturais específicas de grande
qualidade estética, profanas e religiosas, observáveis por exemplo nas
festividades do Divino Espírito Santo e na arquitectura dos impérios, mas também na música, na literatura e em diversas artes
manuais, desde o scrimshaw ao bordado
e, ainda, nas artes da construção naval e da baleação.
Depois de
revisitar todo este rico panorama natural e cultural, o visitante fica naturalmente
mais enriquecido e, certamente, com vontade de conhecer as particularidades
culturais de cada ilha e até de cada comunidade dentro da mesma ilha.
A fotografia aqui
publicada foi captada ontem em contraluz e mostra o aeroporto da ilha do Pico
e, em segundo plano, a montanha mais alta de Portugal com 2.351 metros de
altitude.
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