sexta-feira, 3 de novembro de 2023

As riquezas naturais e culturais dos Açores

O aeroporto da Ilha do Pico e a montanha
Uma visita às ilhas dos Açores, mesmo nesta época do ano em que a meteorologia é mais imprevista, é sempre um acontecimento muito emocionante. As ilhas açorianas, sobretudo no Grupo Central e em especial nas chamadas ilhas de baixo, mostram sempre “a frescura das manhãs em que se chega”, como se lhes referiu Fernando Pessoa. As suas paisagens marítimas animadas pelo voo das gaivotas, dos cagarros e dos garajaus, mais o intenso azul do mar, o verde das pastagens salpicadas por mansas vacas e o casario branco das povoações onde se destacam as torres das igrejas, são um deslumbramento e moldam um quadro de ruralidade e de tranquilidade que contrasta com o quotidiano agitado que se vive nas cidades.
A situação periférica destas ilhas atlânticas foi sempre um handicap que penalizou os açorianos em muitas das suas aspirações, mas que permitiu o desenvolvimento de práticas culturais específicas de grande qualidade estética, profanas e religiosas, observáveis por exemplo nas festividades do Divino Espírito Santo e na arquitectura dos impérios, mas também na música, na literatura e em diversas artes manuais, desde o scrimshaw ao bordado e, ainda, nas artes da construção naval e da baleação.
Depois de revisitar todo este rico panorama natural e cultural, o visitante fica naturalmente mais enriquecido e, certamente, com vontade de conhecer as particularidades culturais de cada ilha e até de cada comunidade dentro da mesma ilha.
A fotografia aqui publicada foi captada ontem em contraluz e mostra o aeroporto da ilha do Pico e, em segundo plano, a montanha mais alta de Portugal com 2.351 metros de altitude.

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