A anunciada apresentação, durante o mês de Outubro, da ópera O Barbeiro de Sevilha em Sintra, Caldas da Rainha, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Beja, Portimão e Porto, pelo Teatro Nacional da Ópera da Moldávia, foi cancelada.
Era uma oportunidade para rever um grande espectáculo e uma grande companhia, que tem sido um verdadeiro ex-libris da cultura moldava e que, desde 1956, faz regulares e aplaudidas digressões pela Europa.
O espectáculo anunciado para o dia 14 de Outubro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em meados de Setembro já estava quase esgotado mas, em algumas das outras cidades, não se verificou semelhante procura de bilhetes. Nessas circunstâncias, a promotora do espectáculo anunciou o cancelamento da digressão, devido à actual conjuntura económica que não atraiu patrocinadores e deixou as vendas de bilheteira muito abaixo do esperado e, consequentemente, sem qualquer possibilidade de cobrir os elevados custos de produção do espectáculo.
Esta situação é mais um aspecto da preocupante crise por que passamos e remete-nos muito claramente para a chamada Lei de Baumol: “os custos de produção dos espectáculos tendem a crescer mais rapidamente do que as receitas de bilheteira, pelo que será necessário recorrer cada vez mais a financiamentos externos”.
A crise atacou a ópera através da bilheteira e da falta de patrocinadores.
Até onde chegará?
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