O jornal francês Libération dedica a sua última edição ao problema sírio e revela que o violento conflito que opõe o regime de Bashar al-Assad às forças da oposição e seus aliados, parece que está para durar. Depois da mediação de Kofi Annan ter sido infrutífera, foi agora pedido a Lakhdar Brahimi, um diplomata argelino, o mesmo esforço para encontrar uma solução para o conflito.
Desde há alguns meses que a Síria está envolvida numa guerra civil e é urgente que se encontre uma solução, porque o povo sírio não merece tanta violência, nem tanta destruição, nem aquela tão sensível região do Médio Oriente, por onde passam os grandes interesses internacionais, suporta tanta instabilidade.
Nas duas últimas dezenas de anos o mundo assistiu a algumas guerras civis, destacando-se especialmente as que ocorreram na Jugoslávia, no Sri Lanka e na Líbia. Embora nesses casos tenha havido algum envolvimento externo em homens, material e dinheiro, tratou-se principalmente de um feroz conflito interno entre grupos étnicos ou facções políticas, que se caracterizou pelas violentas atrocidades praticadas por todos os contendores. Os relatos e as imagens que então nos chegaram de Sarajevo, de Jaffna ou de Benghazi, mostraram que não havia bons de um lado e maus do outro, mas que todos se tinham tornado maus. É exactamente o que se está a passar na Síria. São todos igualmente maus e só com base nessa realidade é que se pode encontrar uma boa solução, sem a interferência da imprensa internacional e de quem a manipula e controla.
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