segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Festejar o Novo Ano em tempo de crise

Hoje é o último dia do ano e, apesar de estarmos em tempo de crise e de austeridade, os portugueses não abdicam de festejar a entrada de 2013 e de se divertir, no país ou no estrangeiro, com viagens, festas, ceias, música, bailes e fogo de artifício.
As agências de viagens sugeriram propostas mais ou menos económicas para a passagem do ano em Londres ou Barcelona, Paris ou Praga, Roma ou Berlim, mas também na Turquia, em Marrocos ou Cabo Verde. As televisões têm exibido as imagens da preparação dos festejos domésticos, mostrando os hotéis, os restaurantes, as iguarias e os foliões que festejarão a passagem do ano no Algarve, na Madeira, no Alentejo, no Douro ou na serra da Estrela. Os jornais apresentam propostas de programas para entrar no novo ano, com indicação dos locais, dos preços, das ementas e dos artistas que animarão a noite. Com tanta oferta de alternativas até parece que não estamos em tempo de crise ou, então, que o melhor é “divertir para esquecer”.
Porém, no momento em que se anuncia uma austeridade ainda mais rigorosa e se reconhece que cerca de um milhão de portugueses estão desempregados, há gente que voa mais alto. Gente que devia dar o exemplo de contenção. O jornal i revela hoje que o ministro Relvas passa férias de fim de ano no Rio de Janeiro, tendo-se instalado no famoso Copacabana Palace onde “o preço médio por dormida é de 800 euros, sem incluir taxas de serviço de hotel ou pequeno-almoço”. Que belo exemplo de austeridade! Que novo-riquismo! O jornal ainda insinua que o homem estará no Rio de Janeiro como convidado. A ser assim, a pouca vergonha é maior.
Esta gente nem sequer tem noção do ridículo!

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