Em tempos de muita preocupação pela
sequência de infelizes acontecimentos que desde o início do mês têm dominado a
nossa vida política e que são demonstrativos do amadorismo, do egoísmo e da
incompetência que tem havido numa governação de resultados económicos e sociais
catastróficos, há outras notícias que também nos surpreendem pela negativa. O
caso da banca e dos banqueiros é ilustrativo pois revela que, mesmo em tempo de
crise, mantêm a ganância de outros tempos.
A banca que deveria ser uma das alavancas da nossa recuperação económica, continua a revelar uma fragilidade persistente. Os seus prejuízos, devidos principalmente ao crédito mal parado, mas também à quebra da actividade económica, ascendem a muitos milhões de euros. Os seus accionistas que com tanta ganância arrecadaram os lucros no tempo das “vacas gordas”, afastam-se agora e “obrigam” o Estado a suportar os prejuízos em nome da “estabilidade do sistema”. Nesse quadro, o anúncio agora feito pela Autoridade Bancária Europeia de que os banqueiros portugueses estão entre os dez mais bem pagos dos 27 países da União Europeia, deixa-nos perplexos. No total, os 11 gestores portugueses - cujos nomes e empresas não foram divulgados - receberam 17,6 milhões de euros, o que corresponde a uma média de 1,6 milhões de euros para cada um, entre salários e bónus: foram 5,2 milhões relativos a remunerações fixas e 12,4 milhões relativos a prémios de gestão. E têm sido competentes? Parece que não, como demonstram os seus resultados gerais, mas também o caso do BANIF que, apenas numa semana, registou uma desvalorização de 56%, passando de 8,6 para 3,8 cêntimos por acção. Por outro lado, quando se julgava que o caso BPN estava encerrado depois da sua venda por 40 milhões de euros, viemos agora a saber que o Estado já pagou 22 milhões de euros ao BIC no âmbito do respectivo contrato de privatização e que o banco luso-angolano ainda reclama o reembolso adicional de mais algumas dezenas de milhões de euros. Que o BIC engrosse a lista de glutões não é para admirar, mas já surpreende que os negociadores do Estado tivessem actuado de uma maneira tão imprecisa e que não tivessem protegido o interesse público. Quem negociou isto?
A banca está no topo das notícias mas, como se vê, não é por boas razões.
A banca que deveria ser uma das alavancas da nossa recuperação económica, continua a revelar uma fragilidade persistente. Os seus prejuízos, devidos principalmente ao crédito mal parado, mas também à quebra da actividade económica, ascendem a muitos milhões de euros. Os seus accionistas que com tanta ganância arrecadaram os lucros no tempo das “vacas gordas”, afastam-se agora e “obrigam” o Estado a suportar os prejuízos em nome da “estabilidade do sistema”. Nesse quadro, o anúncio agora feito pela Autoridade Bancária Europeia de que os banqueiros portugueses estão entre os dez mais bem pagos dos 27 países da União Europeia, deixa-nos perplexos. No total, os 11 gestores portugueses - cujos nomes e empresas não foram divulgados - receberam 17,6 milhões de euros, o que corresponde a uma média de 1,6 milhões de euros para cada um, entre salários e bónus: foram 5,2 milhões relativos a remunerações fixas e 12,4 milhões relativos a prémios de gestão. E têm sido competentes? Parece que não, como demonstram os seus resultados gerais, mas também o caso do BANIF que, apenas numa semana, registou uma desvalorização de 56%, passando de 8,6 para 3,8 cêntimos por acção. Por outro lado, quando se julgava que o caso BPN estava encerrado depois da sua venda por 40 milhões de euros, viemos agora a saber que o Estado já pagou 22 milhões de euros ao BIC no âmbito do respectivo contrato de privatização e que o banco luso-angolano ainda reclama o reembolso adicional de mais algumas dezenas de milhões de euros. Que o BIC engrosse a lista de glutões não é para admirar, mas já surpreende que os negociadores do Estado tivessem actuado de uma maneira tão imprecisa e que não tivessem protegido o interesse público. Quem negociou isto?
A banca está no topo das notícias mas, como se vê, não é por boas razões.
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