Lisboa tem vindo a ser afectada por uma verdadeira
praga canina e, apesar das medidas tomadas pelas autoridades municipais,
transformou-se numa cidade cada vez mais suja e num caso de evidente ameaça à
saúde pública, cuja responsabilidade maior é dos lisboetas.
Os cães são geralmente uns animais simpáticos e
muitas vezes são de grande utilidade para o homem, antigamente como animais de
guarda e, mais recentemente, como animais de companhia. Dessa evolução resultou
que os cães foram adoptados pelas famílias e que, muitas vezes, passassem a viver com os seus donos em espaços
muito limitados. Foram integrados nas famílias e são tratados como tal. Ter animais em casa é um direito. Porém, fechados nessas jaulas
que são os pequenos apartamentos urbanos, há a necessidade de trazer os cães à
rua para lhes proporcionar exercício e, o acto de passear os cães, tornou-se um
ritual quotidiano de muitas famílias. Porém, muitas pessoas manifestam o seu
profundo desprezo e indiferença para com as outras pessoas, a sua falta de
civismo e a sua irresponsabilidade social, porque a praga canina deixa dejectos
um pouco por toda a cidade: nos passeios e nos jardins, junto das árvores e dos
postes de luz, nos logradouros, à porta dos prédios e das lojas, afectando a higiene dos
locais públicos e podendo ser causadores de graves doenças, sobretudo sobre os
grupos mais vulneráveis. Muitos dos relvados da cidade onde antigamente brincaram
as crianças, constituem hoje um verdadeiro perigo para a saúde pública pois são
transmissores de vírus que podem provocar doenças gastrointestinais e, em casos
limite, outras doenças mais graves. A população em geral e principalmente as
crianças quando brincam nos espaços públicos estão, assim, sujeitas a doenças
transmissíveis pelos cães.
Desde 1997 que a
cidade de Lisboa dispõe de um regulamento municipal que impõe obrigações aos donos
dos cães, no sentido de procederem à remoção imediata dos dejectos dos seus animais em
espaços públicos. Infelizmente, há demasiada gente que não cumpre esse regulamento. Exige-se, por isso, que os donos dos cães tenham mais vergonha e que a Polícia Municipal
actue, em nome da saúde pública.
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