A cerimónia de
entrega do prémio de melhor futebolista do mundo a Cristiano Ronaldo, ontem
transmitida pela televisão a partir de Zurique, foi vista por muitos milhões de
espectadores em todo o planeta. Hoje, tive a curiosidade de observar as
primeiras páginas de um grande número de jornais que se publicam em todo o
mundo e verifiquei que essa notícia
é destacada em muitas dezenas deles e que é ilustrada com expressivas
fotografias. Não há memória de alguma vez, designadamente nesta era da
globalização da informação, o nosso país ter estado envolvido num acontecimento
mediático desta envergadura.
Um dos aspectos
mais curiosos da espectacular Gala da FIFA foi o facto de ter sido falada em
várias línguas, com destaque para o inglês e o português. A língua portuguesa
esteve em evidência por ter sido utilizada nos emocionados agradecimentos de
Pélé (que recebeu um prémio honorário que homenageia a sua carreira) e por
Cristiano Ronaldo que recebeu a Bola de Ouro 2013. O Correio Braziliense aproveitou esse facto e "clonou" um futebolista ideal que fala português, meio-Pélé e meio-Ronaldo. Além disso, também as velhas
glórias brasileiras que subiram ao palco para promover o Mundial de 2014
utilizaram o português, tal como a apresentadora Fernanda Lima que alternou as
suas intervenções entre o inglês e o português.
A imprensa
brasileira reparou em tudo isto e utilizou alguns títulos muito
sugestivos:
O
português é a língua da bola (Correio
Braziliense)
Os
génios falam português (revista Lance)
Festa em
português (O Globo)
Os prémios de Cristiano
Ronaldo e Pélé acabaram por prestar um relevante serviço à língua portuguesa e razão
tinha Fernando Pessoa quando, pela pena do seu heterónimo Bernardo Soares, escreveu
que “a minha Pátria é a língua portuguesa”.
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