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Brasil está a passar por um período difícil, não apenas por razões políticas e
sociais, mas também por razões económicas, mas essa dificuldade não é apenas brasileira.
Hoje é difícil encontrar um canto do mundo onde a harmonização entre a democracia,
o crescimento económico e o emprego tenha inequívoco sucesso ou, dito de outra
maneira, onde se caminhe firmemente para o progresso e o bem estar social das
populações.
A globalização não está a ser uma luz que ilumina o mundo, a instabilidade
é grande e vive-se num quadro de incerteza e de menor confiança no futuro. O nosso
tempo, que se pensava poder ser de prosperidade devido aos progressos da ciência
e da tecnologia, está a gerar muita conflitualidade, a paz global está ameaçada
e surgem desafios a que se estava menos atento, como o combate à pobreza e à
desigualdade, à poluição e à degradação do ambiente.
Tal como tem acontecido na generalidade das regiões
do nosso planeta, também o Brasil atravessa um período de recessão económica e
de instabilidade política, do qual precisa de sair depressa para criar empregos, gerar
rendimentos, reduzir a pobreza e assegurar os serviços fundamentais à população,
como a educação, a saúde, a justiça e a segurança. Para conseguir tudo isso, o
Brasil precisa de crescimento económico ou precisa de quebrar o enguiço.
A revista brasileira Época que se publica no Rio
de Janeiro abordou esse problema na sua última edição - com uma capa cheia de criatividade - e trata do assunto numa
perspectiva económica, recorrendo a uma máquina que harmoniza duas grandes engrenagens, isto
é, a força de trabalho (capital humano) e os meios de produção (capital físico).
Está certo e é isso que se aprende nas escolas de economia. Porém, esse
crescimento económico não resulta apenas dessas duas engrenagens pois depende de uma complexa equação a muitas incógnitas e há três
delas que são essenciais: a estabilidade política, o regular funcionamento das
instituições e a confiança. As elites brasileiras deslumbraram-se com um ciclo económico
favorável e abriram caminhos que agora não controlam. A máquina do crescimento
quebrou. É preciso mais investimento. Mais produtividade. Menos burocracia.
Mais inovação. Mais estabilidade política. Mais confiança. Mas o Brasil vencerá!
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