Numa altura em que é forte a tensão entre
os Estados Unidos e a Coreia do Norte, cuja capital Pyongyang está situada a
350 quilómetros de Dalian, onde se localizam os estaleiros
da China Shipbuilding Industry, a República Popular da China exibiu esta semana o primeiro porta-aviões construído no país e
exactamente naqueles estaleiros.
Trata-se de uma acção de promoção e de prestígio da
China, pois as autoridades chinesas não relacionaram a apresentação do seu novo porta-aviões
com o momento de tensão actual e, de facto, ela parece ser apenas uma demonstração do desenvolvimento das capacidades da sua indústria de
Defesa e uma afirmação do seu interesse estratégico e territorial no mar da
China Meridional.
O jornal China Daily destacou na sua edição de
ontem a apresentação desse novo porta-aviões chinês e, numa sugestiva infografia,
mostrou os países que possuem porta-aviões em actividade – Estados Unidos (10),
Itália (2), França (1), Rússia (1), Índia (1) e Tailândia (1). A China já
possui o porta-aviões Liaoning, que
fora construido em 1988 para a Marinha da União Soviética e que veio a ser
comprado pela China, onde entrou ao serviço em 2012, certamente para introduzir
uma nova cultura no âmbito das operações navais chinesas e para inspirar a
construção dos seus próprios porta-aviões. A nova unidade só estará operacional
em 2020, é designado temporariamente como 001A, tem
315 metros de comprimento, 75 metros de largura e uma velocidade cruzeiro de 31
nós.
Há vários
anos que a China tenta modernizar as suas Forças Armadas, especialmente a
Marinha, como parte das suas aspirações no mar da China Meridional, região cuja
soberania é disputada por vários países. Porém, a Marinha chinesa está longe
de rivalizar com o poderio militar dos Estados Unidos, que possuem uma dezena
de porta-aviões operacionais, assim como cerca de seis centenas de bases
militares em quase cinco dezenas de
países. Além disso, o orçamento militar chinês é da ordem dos 156 mil milhões
de dólares, que é bem inferior aos 628 mil milhões do orçamento de defesa
americano. A China ainda vai ter de esperar muitos anos, mas é sabido como são
pacientes.
Sem comentários:
Enviar um comentário