A propósito da comemoração do seu 39º aniversário, a última
edição do Jornal de Letras dedica um alargado espaço à CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa), uma organização internacional criada no dia 17 de Julho de
1996 que integra os países lusófonos. O seu principal objectivo é o
aprofundamento da amizade mútua e da cooperação entre os seus membros e, como o seu nome indica, a língua portuguesa é o elemento essencial dessa comunidade que visa congregar afectos e interesses.
Jorge Carlos Fonseca, o Presidente da República de
Cabo Verde e que actualmente preside à CPLP, assina nessa edição um texto muito
optimista sobre as perspectivas de evolução da organização e da língua
portuguesa.
Porém, apesar de levar mais de vinte anos de vida, a CPLP
ainda não conseguiu afirmar-se internacionalmente, sobretudo no que respeita ao
reconhecimento do português como língua de trabalho nas Nações Unidas e em
outras organizações internacionais. Por outro lado, também a cooperação entre
os diversos membros da CPLP, que é um ponto importante dos seus estatutos, tem
estado muito abaixo do que é desejável.
Com os traumas de um passado colonial e em alguns
casos de guerra cada vez mais distantes, o futuro da CPLP é agora mais promissor, pois começam a ser melhor compreendidas as
vantagens de uma cooperação que pode beneficiar os seus povos. A recepção feita recentemente
em Angola ao Presidente da República Portuguesa ou a pronta solidariedade portuguesa
para com a tragédia que passou por Moçambique, são apenas dois exemplos da
amizade entre os povos lusófonos e que mostram o potencial de cooperação que está por concretizar. A maré é agora mais favorável do que antes e o Presidente Jorge Carlos Fonseca é um excelente timoneiro para conduzir essa nau que é a CPLP.
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