terça-feira, 8 de setembro de 2020

Começou a grande corrida para Belém


As coisas da política têm estado muito insípidas, isto é, desprovidas de interesse, de atractivos e de sabor, com os políticos confinados ou a fazer férias nas praias, com o Governo empenhado na resposta a uma crise sanitária, económica e social como nunca se vira em Portugal e com um Presidente que se assume todos os dias como comentador de tudo o que sabe e do que não sabe, parecendo que por vezes não percebe que a função presidencial exige distanciamento e que a ânsia de popularidade nem tudo pode permitir. Neste quadro em que tudo parecia indicar que Marcelo Rebelo de Sousa iria esmagar a concorrência na sua segunda corrida para Belém, começam a aparecer anúncios de candidaturas de esquerda e de direita que vão animar a corrida presidencial e vão fazer com que o actual Presidente tenha que suar muito para assegurar a sua reeleição, sobretudo à primeira volta. O modelo marcelista agradou muito aos portugueses, mas começa a estar saturado e a aborrecer, com as selfies, as férias demasiado publicitadas em Porto Santo, as interpelações nas Feiras do Livro, os caricatos salvamentos na praia do Alvor, os comentários sobre a Festa do Avante, a excessiva presença de microfones e de câmaras e, ainda, as declarações feitas um pouco por todo o lado que, sendo combinadas com os estagiários de jornalismo, até parece que são espontâneas. Marcelo Rebelo de Sousa é cada vez mais um comentador e um candidato à reeleição para Presidente da República.
Ontem surgiu a declaração de candidatura da Embaixadora Ana Gomes e o Público dá-lhe hoje o devido destaque. Outras candidaturas se anunciam. É bom para a Democracia. Muitos dos votos com que Marcelo contava vão agora para a antiga embaixadora de Portugal em Jacarta, à qual muito deve a independência de Timor.
A corrida para Belém começou.

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