Dentro de 24
horas o nosso país vai entrar em confinamento geral e a generalidade dos
portugueses vai ficar sujeita ao dever de recolhimento domiciliário e,
sobretudo, vai ter que obedecer às regras do bom senso. O país vai fechar devido ao elevado risco de contágios, como
hoje sugere a capa do jornal i. Assim, tal como acontece
por toda a Europa, onde estão impostas muitas restrições para combater a
pandemia, com confinamento geral pelo menos na Alemanha, Reino Unido, Irlanda,
Holanda e Áustria, também Portugal adoptou medidas severas que, naturalmente,
vão perturbar alguns sectores da economia, mas que são recomendadas pelo estado
sanitário do país.
Há cinco dias apenas, o jornal Público escreveu que, com 118 óbitos, estávamos no “princípio do
pior”, mas a minha boa vontade traiu-me e eu escrevi, cheio de confiança, que
era o “princípio do melhor”, na esperança de que aqueles 118 óbitos tivessem
sido um pico na curva estatística e que nos dias seguintes a situação
melhoraria. O Público acertou e eu
errei. De facto, houve depois 111 óbitos e a seguir 102, 122, 155 e, ontem,
156. Tocaram todos os alarmes. Há actualmente mais de 116 mil pessoas
infectadas, além de 4.240 pessoas internadas e 596 pessoas em unidades de
cuidados intensivos. Nunca a situação epidemiológica em Portugal foi tão grave,
tal como na vizinha Espanha onde a situação também é semelhante, tendo a
imprensa anunciado hoje que há um "récord de contagios en España com casi
39.000 en un solo dia”. Estamos, portanto, absolutamente confinados e o que nos perturba é que continuamos sem saber até quando teremos o vírus à porta das nossas vidas.
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