sábado, 11 de maio de 2013

Impostos: eles não sabem o que querem

Este governo já mexeu 65 vezes nos impostos, é o sugestivo título da edição de hoje do Diário de Notícias, a denunciar como o governo navega à vista. A notícia refere que este governo tem agravado a carga fiscal às empresas e às famílias, sobretudo através do IRS, do IRC, do IVA e do IMI, com a justificação de que essas mudanças resultam dos compromissos do memorando da troika e da necessidade de corrigir a evolução da receita.
A estratégia de equilíbrio orçamental passava por fazer dois terços do ajustamento do lado da despesa, mas tem sido feito exactamente o contrário, daí resultando uma brutal quebra de rendimento das pessoas e das empresas e uma instabilidade fiscal inaceitável. Quando há dois anos eles ganharam as eleições, o discurso eleitoral negava a existência de uma crise internacional desde meados de 2007 e dizia que a redução do défice assentava no “corte das gorduras do Estado” e que “o aumento de impostos era um disparate”. Afinal, eles não tinham estudado, enganaram os eleitores e depois foram buscar uns fundamentalistas estrangeirados e ignorantes para tomarem conta das contas.
Diz o Diário de Notícias que neste período foram feitas cerca de duas centenas e meia de alterações fiscais, nas quais se incluem pelo menos 65 que visaram um agravamento de impostos pela subida de taxas, redução das deduções e benefícios, diminuição dos limites de isenção e aumento de coimas. A coisa começou com a sobretaxa extraordinária de IRS, passou pelo corte e subsídios e não parou mais. Com dois anos desta política cega, começam agora a ouvir-se vozes afectas aos círculos governamentais que falam em direitos sociais, em limites à austeridade e a sugerir que o gaspar e o seu grupo de estagiários se ponham a milhas.

 

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