No dia 31 de
Agosto de 1813 a cidade de San Sebastián (em castelhano) ou Donostia (em língua
basca) foi incendiada, saqueada e quase totalmente destruída pelas tropas aliadas
anglo-portuguesas do Duque de Wellington, que derrotaram as forças napoleónicas
que ocupavam a cidade desde 1808.
Depois de em 1805
ter sido derrotado em Trafalgar, o imperador Napoleão decidiu impor um “bloqueio
continental” aos navios ingleses e, através de tácticas diferentes, decidiu converter
a Península Ibérica num estado-satélite de Paris. Grande parte do território
espanhol foi então ocupado pelas tropas francesas, mas as três tentativas francesas
para ocupar Portugal, acontecidas entre 1807 e 1810 – as chamadas invasões
francesas – foram mal sucedidas, devido à reacção popular, à acção das tropas
portuguesas e à ajuda inglesa comandada pelo Duque de Wellington.
A partir de 1811 a
Espanha pretendeu libertar-se da tutela francesa e entrou num período que tem
sido chamado a “guerra da independência”, com o objectivo de expulsar os
franceses do seu território. Foi nesse quadro que as tropas aliadas anglo-portuguesas intervieram em Espanha e cercaram e reconquistaram a cidade de
San Sebastián.
Esta ano, a
cidade comemorou o bicentenário dessa dramática efeméride que foi a destruição
da cidade e, também, a enérgica decisão dos seus moradores que em poucos dias tomaram
a iniciativa de a reconstruir. Na sua edição de hoje, El Diario Vasco destaca
exactamente essa memória histórica que foi o bicentenário do incêndio, saque e
destruição de Donostia, inspirando-se num elemento da Guernica de Picasso para ilustrar a sua primeira página, numa alusão à destruição da cidade basca de Guernica pela aviação alemã no dia 26 de Abril de 1937.
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