terça-feira, 27 de agosto de 2013

Síria: os falcões preparam-se para atacar

A revolução e a guerra na Síria começaram, tal como na Líbia, como uma contestação ao regime autoritário que vigorava há décadas no país e que assentava numa luta contra a falta de liberdade e a corrupção. Pedia-se o fim do regime de Bashar El-Assad e a democracia. Era mais um episódio da Primavera Árabe. Porém, havia na Síria um outro ingrediente explosivo que é a luta sectária entre dois ramos do Islão - os xiitas e os sunitas - que também lutam no Líbano e no Iraque. Nesta complexa teia que é arco sul do Mediterrâneo e o Médio Oriente, ainda há Israel e a Turquia, o Egipto e o Irão. E os poderosos apoios internacionais que cada um dos beligerantes tem. Era necessário procurar a paz e parar a guerra, mas os poderosos não quiseram ou não foram capazes.
As mais recentes notícias sobre a Síria são muito preocupantes e nós sabemos muito pouco sobre o que lá se passa. O recente massacre resultante de bombardeamentos com gás tóxico ainda está por esclarecer, mas todos sabemos como pode ser manipulada a opinião pública mundial. Lembramo-nos do pretexto para os ataques aéreos a Belgrado, do pretexto para bombardear Bagdad e invadir o Iraque ou, ainda, do pretexto para intervir na Líbia: são sempre as imagens da televisão a pressionar a opinião pública, a denúncia de “crimes contra a Humanidade” e as declarações concertadas entre Washington e Londres. Agora, a cena é exactamente a mesma. Antes de se saber o que se passou no terreno já a opinião pública mundial está preparada para aceitar e apoiar uma acção militar contra a Síria. Os Tomahawk, os famosos mísseis de cruzeiro de longo alcance, estão prontos e a General Dyanamics precisa de os vender. Veremos como os aliados da Síria – Rússia, China e Irão – vão reagir se a ameaça se concretizar.

 

1 comentário:

  1. Sim houve esse apetite intervencionista. Mas agora, as imagens sa siria sao atrozes e ninguem parece querer realmente para o horror.
    Ja agora nao me parecem que tenham sido manipuladas nem me parece normal especular demasiado sobre o obvio.

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