A notícia era
esperada desde há algumas semanas mas, apesar disso, consternou o mundo como se
pode verificar nas muitas dezenas de jornais que em todo o mundo homenagearam
Nelson Mandela com a publicação da fotografia em primeira página do homem que foi
o primeiro presidente negro da República da África do Sul e que morreu ontem na
sua casa de Joanesburgo com 95 anos de idade.
Nascido em 1918,
formou-se em Direito e tornou-se um activista e lutador contra o regime do apartheid que foi oficializado em 1948 e
que negava à maioria negra, aos mestiços e aos asiáticos todos os direitos
políticos, económicos e sociais. Em 1961 foi consequente com os seus ideais e
passou à clandestinidade para se tornar o primeiro comandante do MK, a ala militar
do ANC. Capturado, veio a ser condenado a prisão
perpétua em 1964 por sabotagem e conspiração. Passou 18 anos na prisão de alta
segurança da ilha de Robben Island onde se tornou o prisioneiro número 46 664, esteve depois
na prisão de Pollsmoor e, por fim, na cadeia de Victor Verste, perto da Cidade
do Cabo. Cumpriu 27 anos de prisão e no dia 11 de
Fevereiro de 1990 foi libertado, depois de receber garantias de que todos os outros prisioneiros
políticos seriam libertados como ele. Em 1993
ganhou o prémio Nobel da Paz juntamente com o Presidente Frederick de Klerk, em
reconhecimento dos esforços comuns para instaurar uma democracia na República
da África do Sul. Em 1994 foi eleito para a presidência do país, tendo cumprido
o seu mandato até 1999. Depois de terminado o seu
mandato de cinco anos, retirou-se da política e passou a dedicar-se, através da
fundação com o seu nome, a uma nova causa – o combate e a prevenção da sida. O presidente Jacob Zuma anunciou a morte de Nelson Mandela e dirigiu-se
aos sul-africanos referindo que “Mandela uniu-nos e é unidos que nos devemos
despedir dele”. Só quem conheceu o apartheid
pode realmente compreender o que foi a luta de Mandela e, depois, a sua magnanimidade
para com os seus adversários. O seu nome entra directamente na restrita galeria
das mais importantes personalidades do século XX, onde estavam Mahatma Gandhi,
Martin Luther King, Winston Churchill, Mikail Gorbachev e João Paulo II.
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