A página da ICIJ - International Consortium of Investigative
Journalists na internet e as
edições de vários órgãos de comunicação internacionais como a BBC, o Le Monde, o Washington Post,
o The Guardian e o El País, entre outros, deram a notícia:
há 37 mil chineses com activos em paraísos fiscais e, entre eles, há muitos
familiares da élite comunista da China, assim como políticos, empresários de sucesso e grandes companhias estatais. Esta notícia resultou de uma demorada
investigação em que participaram 86 jornalistas de 46 países que consultaram
dois milhões de documentos em arquivo e revelou informações
sobre as fortunas escondidas das élites chinesas e sobre a gigantesca rede de
abusos, ilegalidades e corrupção que sustentam a segunda economia do mundo. É o
Chinaleaks.
A China escolheu
a liberalização da sua economia mantendo a ditadura do partido único segundo a
fórmula de Deng Xiao
Ping - um país, dois
sistemas - e isto gerou algumas disfunções. A par de um impressionante
crescimento económico que tirou milhões de chineses da pobreza e que enriqueceu
a camada dirigente, acentuou-se um brutal crescimento das desigualdades sociais
e geográficas, a corrupção alastrou em larga escala e até surgiu uma bolha
imobiliária semelhante à que tanta desgraça causou no Ocidente. O enorme
escândalo agora revelado por esta investigação da ICIJ até obrigou o governo chinês
a bloquear a informação da internet sobre este caso.
O que é interessante é ver
a forma como essa teia de corrupção e lavagem de dinheiro dos milionários
chineses se estendeu à Europa, cada vez mais transformada num paraíso fiscal
para os chineses. Portugal não ficou fora da rede e aqui compraram a EDP, a REN e a EDP Renováveis.
Depois ficaram com a Caixa Seguros, o que significa que a Multicare também é
chinesa. Já andam a namorar as águas, os mármores, a banca e a energia solar.
Centenas deles já têm o visto gold.
Pequeninos, muito pequeninos, alguns dos nossos dirigentes deslumbraram-se.
Julgam que o dinheiro vale tudo. São uns vulgares vende-pátrias. O que dirão a
isto o irrevogável Portas, o goldman Arnaut, o oriental Catroga, o eléctrico Mexia e a malta do Conselho Geral e de Supervisão da EDP?
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