Segundo
anuncia hoje a edição do diário moçambicano O País, os “italianos
treinam a Marinha de Guerra moçambicana” através do trigésimo grupo da sua marinha,
que compreende o porta-aviões Cavour,
a fragata Bergamini, o navio-patrulha
Comandante Borsini e o navio
reabastecedor Etna. Este importante grupo naval, que
embarca mais de mil homens e mulheres, deixou a Itália no dia 13 de Novembro para
fazer uma viagem de circum-navegação do continente africano e chegou a Maputo
no dia 27 de Janeiro, para materializar o acordo de colaboração técnica
assinado recentemente, que estabelece actividades de
cooperação naval durante dois meses e inclui acções de formação, operações de segurança marítima, diplomacia naval,
assistência humanitária e a promoção da indústria italiana.
Dadas as relações
históricas e culturais entre Portugal e Moçambique e, ao mesmo tempo, o seu
comum empenhamento na CPLP, estranha-se e lamenta-se que o treino da Marinha moçambicana
deixasse de ser feito pela Marinha Portuguesa. São
conhecidas as situações de aperto por que estão a passar os países do sul da
Europa, incluindo a Itália e Portugal, com elevadas dívidas externas, enormes défices
públicos e altas taxas de desemprego. Apesar disto,
a Itália não hesita em investir numa acção de promoção de grande envergadura,
onde expressamente inclui a promoção da indústria italiana, enquanto Portugal
parece nada fazer para se manter com influência junto da Marinha de Moçambique. O
advogado Aguiar-Branco sabe desfazer
hospitais e estaleiros, mas parece nada fazer para nos manter na linha da frente da cooperação com Moçambique, talvez porque não conheça essa dimensão simbólica e essa vocação da nossa Marinha.
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