A
edição de hoje da revista The Economist inclui uma
desenvolvida reportagem sobre o estado actual e o futuro das telecomunicações,
revelando que, pela primeira vez, no 2º trimestre de 2013 as vendas de smartphones superaram as vendas de
telefones celulares tradicionais. Os smartphones
são uma novidade bem recente e combinam as funcionalidades da telefonia e da
computação, tendo tido grande sucesso, primeiro
através do BlackBerry e,
depois, do iPhone da Apple, que foi o
primeiro smartphone multitouch e sem
teclado físico. Em Portugal calcula-se que haja 4 milhões de pessoas que já
utilizam essa tecnologia e esse número só surpreende quem não utiliza o
Metropolitano de Lisboa e não se confronta com um incontável número de
utilizadores.
Nos últimos anos o progresso desta tecnologia tem sido
exponencial e hoje há mais de uma dezena de sistemas operativos e mais de duas
dezenas de fabricantes, desde a Nokia à Samsung, passando pela Apple, Asus,
Acer, Sony, Motorola, LG, BlackBerry e outras. Aqui é só escolher, a pronto ou
a prestações. Na China espera-se que este ano sejam vendidos 500 milhões de smartphones, enquanto a Micromax, a mais
popular marca indiana, vende modelos básicos por menos de 40 dólares.
Actualmente há dois mil milhões de pessoas no mundo que utilizam smartphones com ligação à internet e com
um ecrã sensível ao toque, mas até ao final da presente década estima-se que
esse número duplique. Com os progressivos aperfeiçoamentos técnicos e a normal
redução de preços, o The Economist destaca em primeira
página que “no ano 2020 haverá 80% de adultos com um supercomputador no bolso”,
acrescentando que, tal como o livro, o relógio e o motor de explosão, também o smartphone está a mudar a maneira como
as pessoas se relacionam com os outros e com o mundo.
Os artigos do The
Economist incluem diversas estatísticas a fundamentar as suas análises,
o que recomenda um estudo mais cuidadoso do assunto. No entanto, parece ser
evidente que, na sequência de tantos progressos que têm beneficiado a
Humanidade, estamos agora a entrar numa nova era – a era dos planet of the phones - em que o ser
humano passa a possuir dois cérebros, um na cabeça e outro na mão, mas também
um terceiro cérebro de natureza planetária que é telepaticamente partilhada por
todos em todo o mundo.
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