Foi ontem anunciada
a renovação da coligação eleitoral que desde 2011 tem governado Portugal, mas não
se pretende analisar aqui essa decisão, porque ela deriva da liberdade de haver
partidos políticos e da liberdade que eles têm para se aliarem, ou seja, essa
decisão acontece porque o 25 de Abril trouxe a liberdade ao nosso país. Cada
qual alia-se com quem quer. Ninguém tem nada com isso. É a liberdade e a
democracia a funcionarem. Pronto.
Porém, ontem às
20 horas, quando se esperava que os telejornais abrissem com imagens das
celebrações populares da data libertadora de 25 de Abril ou até das cerimónias
realizadas no Parlamento, houve dois figurões que abusivamente apareceram nos nossos
monitores televisivos a subscrever a renovação de um acordo que estava
negociado há vários dias. Não foi um acontecimento político. Foi um caso de travesti
abrilista ou de marketing político de mau gosto. Os seus subscritores P1 e P2
abusaram de nós ao tomar aquele espaço e aquele tempo. Naquele dia e naquela hora,
a cena foi muito caricata, atrevida e até injuriosa para o 25 de Abril, que
eles tanto têm combatido através da redução dos direitos dos portugueses. O subscritor
P1 não prescindiu de, ao lado da bandeirinha nacional na lapela do casaco,
exibir um cravo vermelho que simboliza o 25 de Abril, enquanto o subscritor P2
preferiu insinuar-se como um experiente e sabedor estadista que, lamentavelmente, não resistiu a
fazer propaganda eleitoral àquela hora e naquele dia. E tudo isto porque eles sabem que a maioria dos
portugueses está com a mensagem libertadora, a atitude solidária e com a
renovada esperança que é sempre o 25 de Abril e, por isso, a escolha daquele
dia, daquela hora e daquele cravo são abusivos e meramente instrumentais na sua tentativa de quebrar
o muro de isolamento que eles próprios criaram com o povo. O 25 de Abril é o símbolo
da liberdade, da democracia, do progresso e da abertura ao mundo. O 25 de Abril é do povo português e não pode ser desrespeitado
por quem tem responsabilidades políticas e as quer continuar a ter.
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