Na edição da
revista TIME que agora foi posta a
circular é apresentada com grande destaque a impressionante dívida dos Estados
Unidos que atinge 13,903,107,629,266 dólares, isto é, 13,9 triliões de dólares,
o que corresponde a 42,998,12 dólares per capita. A revista pergunta depois se
o país pode pagar esta dívida e lança uma palavra de ordem: make America solvent again. O assunto interessa-nos, porque Portugal
também tem uma grande dívida pela qual paga anualmente alguns milhares de
milhões de euros que satisfazem a gula devoradora dos tenebrosos mercados e que
tanta falta nos fazem para melhorar a nossa vida económica e social.
A questão do
montante da dívida tem sempre alguma controvérsia porque há dívida externa e
dívida interna, há dívida pública e dívida privada e, muitas vezes, atiram-nos
com um número sem que seja esclarecido a que dívida se refere o valor anunciado.
Para tornar o tema ainda mais controverso, a dívida é por vezes tomada pelo seu
valor global, outras vezes é referenciada em relação ao PIB e outras vezes é
apresentada em relação ao número de habitantes do país. Portanto, há dívidas
para todos os gostos.
Para estudar o
assunto em termos comparativos fomos analisar a informação disponibilizada pela
conhecida agência de notícias financeiras Bloomberg e, embora os números não
coincidam com outras fontes, permitem-nos concluir que os grandes devedores
mundiais em termos de dívida per capita são o Japão, a Irlanda, os Estados
Unidos e Singapura.
Depois, no ranking
da Bloomberg aparecem a Bélgica, a Itália, o Canadá e a França, seguidos pelo
Reino Unido, a Suiça, a Áustria e a Grécia. E vão doze! A Holanda, a Alemanha,
a Noruega, a Espanha, a Finlândia e a Dinamarca, têm dívidas per capita
superiores à dívida portuguesa, que é a 19ª deste ranking e que é apresentada
como sendo de 26,770 dólares per capita (quase metade da dívida americana) e
que em 2014 correspondia a 125,3% do PIB. Fiquei admirado. Depois de tudo o que
foi dito nos últimos anos sobre a nossa dívida e de sermos acusados de viver
acima das nossas possibilidades, verificamos que há por aí muito boa gente que era melhor estar calada e
que pensasse numa solução para podermos sair desta armadilha.
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