Aproveitando as
condições meteorológicas favoráveis que se têm verificado no mar Mediterrâneo, intensificou-se
o movimento de embarcações com gente que procura sair da Líbia para a Itália e,
naturalmente, a precaridade dessas embarcações e o excesso de gente embarcada
geram situações de elevado risco e, por vezes, de grande dramatismo.
Foi o que
aconteceu nos dois últimos dias quando 23 embarcações foram auxiliadas pela
Marinha italiana e foram salvas 5.600 pessoas que procuravam alcançar as costas
italianas. Uma dessas embarcações com algumas centenas de pessoas a bordo
emitiu um sinal de socorro quando ainda estava muito próximo das costas da
Líbia. Quando o navio-patrulha italiano Comandante
Bettica (P492) se aproximou para recolher os passageiros da embarcação,
estes acorerram a um dos bordos, a embarcação desequilibrou-se e virou-se,
caindo ao mar muitas centenas de pessoas. Esse momento de grande dramatismo foi
fotografado pelo navio italiano que divulgou essas impressionantes imagens do
acidente e que muitos jornais de todo o mundo hoje publicaram, embora não se perceba a razão porque a imprensa portuguesa ignorou essa notícia e preferiu destacar coisas menores. The
Guardian foi apenas um desses jornais.
Naquela
emergência também se aproximou o helicóptero da fragata Bergamini (F590) que colaborou na operação da recolha de náufragos,
tendo sido resgatadas 562 pessoas que tinham caido ao mar e recuperados cinco
cadáveres. Este acidente veio lembrar uma vez mais o problema dos refugiados e
veio mostrar aos burocratas europeus que, se continuam distraídos,
incompetentes e irresponsáveis, pode acontecer à Europa o mesmo que sucedeu à
embarcação que saiu da Líbia, isto é, virar-se e atirar-nos ao mar.
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