A notícia já
surgiu há alguns dias, mas só agora teve destaque de primeira página no
suplemento Vidas do correio da manha: o Governo Regional da Madeira
decidiu homenagear o seu futebolista mais famoso e, depois de já ter dado o
nome de Cristiano Ronaldo ou CR7 a uma praça da cidade do Funchal e de lhe ter
erguido uma estátua, vai agora atribuir o seu nome ao Aeroporto do Funchal,
também conhecido por Aeroporto de Santa Catarina.
Confesso a minha
ignorância quanto aos critérios que devem nortear a atribuição de nomes a
aeroportos, mas parece-me de elementar bom senso que não sejam escolhidos nomes
de pessoas vivas, mesmo que muito famosas, porque a vida dá muitas voltas e,
por vezes, o herói passa a vilão ou aparece um herói ainda mais famoso que o
anterior. São tantos os casos que acontecem, tanto no Desporto como na Política,
que não vale a pena antecipar o julgamento da História. Há que dar tempo ao
tempo.
Evidentemente que
Cristiano Ronaldo é uma figura de excepção, não só a jogar futebol e a suscitar
uma popularidade universal, mas também na forma fraterna como se liga à sua
terra e às suas raizes, como demonstra o Museu
CR7 que instituiu no Funchal e a recente inauguração do Pestana CR7 Funchal, a que se seguirão
novos hotéis com a marca CR7 em Lisboa, Madrid e Nova Iorque, nos quais se
associou ao Grupo Pestana, cujo universo hoteleiro agrupa 87 hotéis em 15
países.
A decisão do
Governo Regional da Madeira é legítima e, provavelmente, tem uma justificação
fundamentada no contributo de Cristiano Ronaldo para a notoriedade e para a boa
imagem da ilha da Madeira, mas também no facto de se tratar de um profissional
de futebol muito respeitado e de já ter sido eleito por três vezes como o
melhor futebolista do mundo. É legítima, mas é discutível e polémica. Se a moda
pega, não faltarão ruas, praças, avenidas, pontes, infantários, institutos, asilos,
escolas, quartéis, tribunais e até aeroportos, à espera que cada autarquia lhe
atribua o nome de um filho da terra tornado famoso por ter ganho uma qualquer
prova desportiva. No caso da Madeira acabarão por lhe mudar o nome e passaremos a ter a ilha Ronaldo onde habitarão os ronaldenses.
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