Por
circunstâncias muito diversas mas que acabam por ser convergentes, a cidade de
Lisboa está a tornar-se num pólo turístico à escala europeia ou mesmo mundial,
ao receber muitos milhares de turistas. Há turistas por todo o lado.
O
turismo tem transformado a cidade que está mais moderna, mais acolhedora e mais
cosmopolita. Os turistas deambulam por toda a cidade e pelos arredores de
Cascais e Sintra, enchem as esplanadas do Terreiro do Paço e fazem longas filas
para comprar os pastéis de Belém; sentam-se na Ribeira das Naus a ver o Tejo
com o movimento dos cacilheiros e o voo das gaivotas; acotovelam-se para entrar
nos Jerónimos ou na Torre de Belém; assaltam as colinas do Castelo e as ruas
estreitas da Alfama; sentam-se nas esplanadas da Brasileira ou da Bénard e fazem-se
fotografar ao lado da estátua de Fernando Pessoa; visitam museus e igrejas,
sobem até aos miradouros do Monte e da Graça para observar a cidade das sete
colinas. À noite divertem-se. A hotelaria e o comércio lisboeta animam-se e o produto nacional, o emprego e a
balança de pagamentos agradecem esta circunstância que se espera seja
sustentável.
A prestigiada revista francesa Geo, que é especialista em turismo e
lazer, dedica a sua edição nº 458 de Abril de 2017, que hoje foi posta a
circular, à cidade de Lisboa. Chama-lhe magnétique, o que significa que atrai. Na sua primeira página destaca uma
fotografia da Torre de Belém e do azul do mar, tendo escolhido para título a frase Comment cette belle ville du Sud devient une
grande capitale d’Europe e, na sua reportagem, diz que Lisboa est la plus irrésistible des capitales
européennes. Embora sejam frases
agradáveis que os portugueses gostarão de ler, há um acentuado exagero nesta
laudatória reportagem que, embora assente numa realidade quotidiana que todos
vemos, até parece ter sido feita por encomenda. E lá teremos mais turistas e mais pastéis de nata para vender...
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