No princípio
desta semana a Coreia do Norte informou o mundo que, a meio do mês de Agosto,
completaria o seu plano de ataque à ilha de Guam, que é administrada pelos
Estados Unidos desde 1898 e fica situada no Pacífico Ocidental, pelo que depois
bastaria uma ordem de Kim Jong-un para que um ataque se desencadeasse. O regime
de Pyongyang estaria então pronto para dar “uma lição” aos Estados Unidos.
Donald Trump não
perdeu tempo e tratou de repetir que as soluções militares
americanas estão posicionadas, prontas e carregadas, garantindo que podem
acontecer coisas que os norte-coreanos nunca imaginaram ser possíveis.
A escalada verbal é de tal ordem que o jornal nova-iorquino Daily News escrevia ontem na sua
primeira página: what said it, un or don?,
apresentando um conjunto de frases ameaçadoras e muito semelhantes, para que os
leitores identificassem se o seu autor era Kim Jong-un ou Donald Trump.
Significa que, para aquele jornal e para muito mais gente, aqueles dois líderes
são mesmo muito perigosos e muito parecidos na sua fanfarronice.
Entretanto, a população
da ilha de Guam que é de cerca de 180 mil habitantes parece estar indiferente a
estas ameaças e a esta retórica. Basta ler o Pacific Daily News, o
maior jornal da ilha, que até exibe a fotografia dos mísseis norte-coreanos,
mas que destaca depoimentos que revelam que a população está calma, não está
intimidada e considera que este discurso ameaçador do regime de Pyongyang não é
novo e não pode ser levado a sério. Só não se sabe se as importantes bases
militares da ilha ou a sua própria capital estão protegidas por abrigos ou por
sistemas de protecção anti-míssil eficazes.
O facto é que embora Kim Jong-un
não esteja a atemorizar o povo de Guam, os seus 541 km2 estão
ameaçados.
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