Ontem a selecção
brasileira foi derrotada em Kazan pela selecção belga por 2-1 e foi eliminada
do Campeonato do Mundo de Futebol. Uma boa parte do Brasil chorou, mas não é
caso para isso. No futebol, como na vida, não se ganha sempre e é um erro muito
doloroso pensar-se que se pode ganhar sempre ou que os adversários estão sempre
condenados a perder. Se os adeptos das equipas que neste campeonato já foram derrotadas na
Rússia começassem a chorar, teríamos lágrimas por todo o continente
sul-americano desde o México à Argentina, passando pela Colômbia, pelo Peru e
pelo Uruguai.
Por isso, os meus
amigos brasileiros não têm razões para chorar, nem sequer para ficar tristes.
Aqui na península Ibérica, onde também há muitos futebolistas de grande
talento, as equipas nacionais de Portugal e da Espanha que tanto prometiam e
tanto ambicionavam, também ficaram pelo caminho e não houve nenhuma comoção
nacional.
A exagerada
mediatização do fenómeno do futebol tem originado que um tão apreciado desporto-espectáculo
se tenha transformado num negócio, cujas envolventes emocionais lhe dão
contornos de um grande combate ou mesmo de uma grande guerra. Mas futebol não é
combate, nem é guerra. É apenas futebol.
E ontem, os
belgas que também são muito bons praticantes e muito competitivos, que têm a
escola inglesa pois jogam nas suas grandes equipas, marcaram mais golos que os
brasileiros. Foi só isso. Não é caso para chorar, nem sequer para ficar triste.
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