Donald Trump não
se cansa de gritar que os contribuintes americanos estão a pagar demasiado para
a defesa militar dos seus parceiros europeus da NATO e acusa alguns desses
países de não cumprirem os compromissos de investimento em armamento militar e
investigação, enquanto pagam milhões de milhões de dólares em facturas
energéticas à Rússia, afirmando, numa evidente provocação, que “a Alemanha está
capturada pela Rússia”.
O Donald veio a
Bruxelas à Cimeira da NATO e parece ter vindo criar mais problemas na relação
entre a Europa e a América, ao insistir que a maioria dos países da NATO afecta
menos de 2% do respectivo PIB a despesas com a Defesa, quando de imediato
deveriam gastar 2% e, até 2024, aumentar para 4%. O assunto foi destacado na
imprensa americana, designadamente no The Wall Street Journal.
No caso de
Portugal, em 2017 foram gastos 2.398 milhões de euros em despesas de Defesa, o
que equivale a 1,24% do PIB, mas no corrente ano de 2018 essa despesa deverá aumentar
para 2.728 milhões de euros, o que equivale a 1,36% da riqueza nacional. Foram estas as despesas autorizadas no orçamento aprovado pelos deputados e, por cá, são eles que decidem.
Até parece que o Donald quer mandar nos países soberanos da Europa, mas o que o ele não sabe é que nas democracias europeias quem manda são os respectivos
eleitores e são eles que, através do voto, decidem se querem “canhões ou
manteiga”, segundo a famosa alternativa apresentada há muitos anos por Paul
Samuelson, o americano que foi um dos primeiros Prémio Nobel da Economia.
O que a NATO e os seus membros têm que fazer é definir quem é o inimigo. Hoje ninguém sabe quem é o inimigo. Não se sabendo quem é o inimigo, como se pode pressionar para aumentar a despesa militar para o dobro? De resto, o recente uso da NATO para servir interesses particulares, por exemplo no Iraque e na Líbia, foi uma das causas da destabilização mundial que se vive no mundo e continua sem ser assumido como uma intervenção à margem dos princípios da aliança.
Por isso, é natural que alguns dirigentes europeus não aceitem as arrogantes pressões do Donald, que continua a semear ventos um pouco por todo o mundo e, de certo modo, a fazer o que prometeu: "America first"... e os outros que se governem.
Por isso, é natural que alguns dirigentes europeus não aceitem as arrogantes pressões do Donald, que continua a semear ventos um pouco por todo o mundo e, de certo modo, a fazer o que prometeu: "America first"... e os outros que se governem.
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