Um número
estimado em meio milhão de pessoas agitando as bandeiras azuis e douradas da
União Europeia participou ontem em Londres numa manifestação para exigir ao
governo britânico a realização de um novo referendo sobre o Brexit. Não foi a
primeira manifestação deste tipo porque no passado mês de Junho uma outra fôra
realizada, então com cerca de 100 mil pessoas.
O que está em causa é o referendo que foi realizado
no dia 23 de Junho de 2016, em que 51,8% dos 16 milhões de votantes britânicos escolheram
sair da União Europeia, enquanto 48,2% escolheram permanecer. Este equilíbrio
de posições revela que o Reino Unido estava dividido quanto a esta questão e
que os dois anos já decorridos desde então, mostram que a divisão continua
e que há muitas dificuldades políticas e económicas, mas também culturais, para
ultrapassar. O governo de Theresa May tem mostrado muitas dificuldades na condução
do processo e o seu governo tem mostrado alguma falta de coesão. A oposição
trabalhista também tem insistido na necessidade de repensar o Brexit e,
sobretudo, há novos sectores da população que parece estarem a acordar para uma
realidade que a propaganda populista escondeu dos eleitores há dois anos. Aparentemente
há agora mais britânicos a preferir a permanência britânica na União Europeia
do que antes.
O jornal espanhol La Vanguardia destacou a grande manifestação
de Londres na sua primeira página, mas nenhum jornal britânico destacou esta
notícia, talvez por andarem demasiado atarefados com as notícias do Harry, o
neto de Isabel II que anda a passear pela Austrália. As dificuldades de Theresa
May são enormes e os observadores já se interrogam sobre se o Brexit vai por
diante sem que haja eleições ou um novo referendo. O que parece não haver dúvidas é que, com ou sem Brexit, vão soprar ventos muito fortes nas ilhas Britânicas.
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