O actual governo, que foi constituído através de uma coligação que
acabou com aquela coisa sectária e anti-democrática que era o arco da governação, já está em funções
há mais de três anos e nunca precisou de orçamentos rectificativos para manter
o equilíbrio das Finanças Públicas, nem para reduzir o défice público e
recuperar o rendimento dos trabalhadores ou para criar as condições de
confiança necessárias à criação de emprego.
Enquanto alguns países da Europa vivem situações de grande instabilidade
política e social, neste canto ocidental da Europa parecia reinar a calma, a
harmonia e o progresso. Costa e Marcelo pareciam um dupla feliz.
Porém, como vamos ter eleições em 2019, os partidos, os sindicatos e
outras forças sociais começaram a perder a cabeça e a criar uma das maiores
crises da história da democracia portuguesa, recorrendo a inúmeras greves que
não são feitas contra o patrão explorador na lógica sindicalista, mas apenas numa
lógica do bota-abaixismo contra o
governo, que representa o Estado ou que somos todos nós. Os directórios
partidários e sindicais não olham a meios para atingir os seus fins e decidiram
que vale tudo. Querem poder. Então, temos enfermeiros, professores, bombeiros,
guardas prisionais, juízes, funcionários judiciais, tecnicos de diagnóstico e
por aí adiante, a mostrar ter mais olhos que barriga e a revelar que têm uma ganância
e um egoísmo ilimitados, tornando-se facilmente instrumentalizados para estas
situações. Querem dinheiro.
Aí temos uma aliança entre os que querem poder e e os que querem dinheiro,
em que esquerdas e direitas se aliam. Há motivos para alarme quando a paz
social é perturbada por protagonistas como Jaime Marta Soares, António Ventinhas,
Ana Rita Cavaco, Mário Nogeira, Arménio Carlos e outros dirigentes, que tudo
põem em risco por causa dos seus interesses pessoais, corporativos ou
eleitorais. Há motivos para alarme quando os grevistas são pagos por fundos
anónimos. Há motivos para alarme quando são os utentes dos serviços públicos os
mais prejudicados com as greves. Há motivos para alarme quando as hostes fundamentalistas
da Cristas se aliam a tudo o que mexe contra o governo, inclusive aos coletes
amarelos portugueses. Naturalmente, o governo terá que dar respostas a esta
gente, uns com razão e outros sem razão, esperando-se que não decida ir até Belém
para entalar muita gente e entregar as soluções ao voto do povo.
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